O acesso ao diagnóstico precoce do câncer de mama ganhou um novo capítulo no Brasil em julho de 2025. O Senado aprovou propostas que visam facilitar o exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo tanto mulheres a partir dos 40 anos quanto aquelas que apresentam histórico familiar de câncer de mama ou ovário. Essas medidas têm como objetivo ampliar o rastreamento e aumentar as chances de detecção antecipada da doença, considerada uma das principais causas de morte entre mulheres no país.
Os projetos de lei aprovados estabelecem diferentes faixas etárias para o início da realização do exame, de acordo com o risco individual de cada mulher. Dessa forma, o contexto atual passa a reconhecer a importância da personalização das campanhas de prevenção e da inclusão de grupos historicamente negligenciados no acesso a serviços essenciais de saúde feminina.
Quais mudanças os projetos de lei trazem para a mamografia no SUS?
O primeiro projeto, de número 499/2025, propõe a realização anual do exame de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos no sistema público de saúde. Até então, o acesso a esse tipo de serviço era frequentemente recomendado apenas para quem tinha mais de 50 anos, conforme protocolos anteriores. Com a nova proposta, a política pública se torna mais abrangente, reconhecendo que a faixa etária entre 40 e 50 anos também pode apresentar riscos significativos.
O segundo projeto, identificado como PL 3.021/2024, se dedica ao atendimento personalizado. Passa a permitir o início do rastreamento mamográfico para mulheres a partir de 30 anos, desde que haja histórico familiar de câncer de mama ou ovário. Essa mudança reflete evidências científicas que apontam para uma incidência maior de casos nesses grupos, tornando o exame precoce uma ferramenta estratégica para salvar vidas e reduzir complicações futuras.
Por que antecipar o exame é importante para mulheres com histórico familiar?
A antecipação do rastreamento mamográfico para mulheres que têm parentes com diagnóstico prévio de câncer de mama ou de ovário representa uma abordagem mais sensível ao risco aumentado desse público. Estudos mostram que o histórico familiar é um fator relevante para o desenvolvimento precoce da doença, justificando a necessidade de vigilância mais estreita.
- Identificação precoce: Detectar lesões iniciais aumenta a possibilidade de tratamentos menos invasivos;
- Redução de mortalidade: O diagnóstico no estágio inicial potencialmente diminui as taxas de mortes e de complicações;
- Impacto na qualidade de vida: O tratamento efetivo em fases iniciais reduz sequelas e melhora as perspectivas das pacientes.
Como a mamografia no SUS pode evoluir com as novas medidas?
A adoção das novas diretrizes representa um passo importante para a democratização do cuidado com a saúde da mulher. O oferecimento sistemático do exame anual, ao lado do rastreamento antecipado para casos de histórico familiar, tende a provocar uma mudança no panorama do diagnóstico do câncer de mama no Brasil.
Além dos aspectos médicos, outras questões práticas também são contempladas, como:
- Facilidade de acesso a exames em redes públicas;
- Redução da sobrecarga em atendimentos de emergência ao tratar quadros avançados;
- Uso eficiente dos recursos ao priorizar grupos de maior risco.
Dessa forma, espera-se que a implementação dessas políticas, uma vez confirmadas pela Câmara dos Deputados, crie condições mais favoráveis para o autocuidado e o acesso a exames de forma preventiva e regular.
Quais são os desafios e expectativas para o futuro no SUS?
Apesar dos avanços propostos, a efetividade dessas iniciativas depende de fatores como a oferta suficiente de equipamentos, capacitação de profissionais e campanhas de divulgação que informem claramente as novas regras. O acompanhamento constante das políticas de saúde pública e o engajamento dos diversos setores do SUS são fundamentais para que o benefício do rastreamento mamográfico alcance todas as mulheres contempladas pelas mudanças legislativas.
O tema permanece em destaque no Congresso Nacional, que analisa com atenção as medidas aprovadas pelo Senado. O debate sobre a saúde pública feminina precisa ser mantido, garantindo a atualização constante das estratégias de prevenção e o acesso igualitário a práticas que possam transformar realidades e aumentar a expectativa de vida das mulheres brasileiras.