A escolha entre um carro híbrido plug-in e um híbrido convencional é uma das dúvidas mais comuns entre consumidores que querem economizar combustível e poluir menos. Mateus Afonso, criador do EletricarBR @eletricarbr e especialista em mobilidade elétrica, trouxe uma análise detalhada sobre o assunto em um vídeo recente, usando o novo Hyundai Kona Hybrid como exemplo.
Segundo ele, há um ponto crítico que muita gente ignora: se você compra um híbrido plug-in e não consegue carregar o carro com frequência, a eficiência pode ser igual ou até inferior à de um híbrido tradicional que se autorrecupera durante a condução.
Qual a diferença entre o híbrido plug-in e o híbrido REEV?
O híbrido plug-in (PHEV) é equipado com uma bateria maior e permite rodar vários quilômetros apenas com o motor elétrico, desde que seja carregado regularmente na tomada. Quando carregado com frequência, ele é mais eficiente, silencioso e menos poluente. No entanto, isso depende de infraestrutura de recarga e do hábito do usuário.
Já o híbrido do tipo REEV (ou full hybrid) funciona com motor elétrico e motor a combustão que atuam em conjunto, alternando entre si conforme a demanda. Ele não precisa de carregamento externo porque regenera energia durante frenagens e desacelerações. O consumo é otimizado especialmente no trânsito urbano.
Quais os dados de consumo comparando os dois tipos?
Mateus cita o caso do Hyundai Kona, que tem consumo médio de 18 km/l na cidade e 16 km/l na estrada, segundo o PBEV/Inmetro. Ele destaca que, em testes reais, o modelo alcança índices próximos a 20 km/l, superando inclusive alguns plug-in não carregados.
Se o usuário compra um plug-in e não recarrega regularmente, o consumo pode cair para 15, 14 ou até 13 km/l. Nesse cenário, o híbrido REEV se torna mais eficiente, já que seu sistema foi projetado para funcionar sem depender de uma fonte externa.

Vale a pena comprar um plug-in mesmo sem ter carregador?
Segundo o especialista, essa é uma decisão que deve ser pensada com calma. Se você mora em apartamento e não tem ponto de recarga, ou se esquece de carregar com frequência, o investimento em um plug-in não se justifica do ponto de vista do consumo. Nesses casos, o híbrido REEV é mais inteligente e econômico.
Por outro lado, se você deseja mais desempenho e vai usar o motor elétrico como complemento para performance, alguns plug-ins com motores maiores podem fazer sentido. Mas para a maioria dos consumidores urbanos que buscam economia e praticidade, o híbrido que não depende de tomada entrega mais resultado com menos complicação.

Como está a infraestrutura de recarga no Brasil?
Apesar dos avanços, o Brasil ainda tem um número reduzido de estações públicas de recarga, concentradas nas grandes cidades. A instalação de pontos em condomínios também enfrenta entraves legais e estruturais, o que dificulta a vida de quem opta por um plug-in sem planejamento.
Mateus reforça que muitos compradores esquecem de verificar se podem instalar um carregador antes de adquirir o carro. Isso torna o híbrido convencional mais atraente, já que é eficiente e não depende da infraestrutura externa.
Afinal, qual o melhor tipo de híbrido para você?
Se você quer economia de combustível e não pretende lidar com carregador, o híbrido REEV é a escolha mais prática. Mas se tiver infraestrutura adequada e disciplina para carregar, o plug-in oferece vantagens extras em desempenho e autonomia elétrica.
Fontes confiáveis para saber mais sobre carros híbridos e elétricos
- Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV/Inmetro): https://www.gov.br/inmetro
- ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico): https://www.abve.org.br
- GreenV Energia Solar e Mobilidade: https://www.greenv.com.br