O incômodo causado por comerciais com volume elevado em serviços de streaming tem chamado atenção dos consumidores da Califórnia. A cena é comum: durante um filme ou série, a transmissão é interrompida repentinamente por uma propaganda com volume tão alto que chega a assustar quem está assistindo e, em alguns casos, pode até acordar crianças pequenas durante um momento de descanso em família. Esse cenário tem impulsionado discussões na esfera legislativa estadual sobre a necessidade de regulamentação do áudio nas plataformas digitais.
Em resposta às inquietações dos usuários, a Assembleia Legislativa da Califórnia vem analisando novas regras para limitar o volume das propagandas veiculadas por serviços como Netflix, Hulu e outros aplicativos de streaming que operam no estado. A proposta se baseia em regulamentações federais que já controlam a intensidade sonora dos anúncios na televisão tradicional, mas expande essa proteção para a realidade do consumo digital, bastante difundida em 2025.
O que diz a proposta sobre o volume de comerciais em streaming?
O projeto de lei, conhecido como SB 576, sugere que as plataformas de streaming sejam obrigadas a ajustar o volume de seus anúncios para que estes não superem a média de áudio do conteúdo principal acessado pelo espectador. O objetivo é equiparar os padrões adotados no ambiente televisivo, sob a Lei de Mitigação da Intensidade Sonora dos Comerciais (CALM Act), à experiência oferecida pelas plataformas digitais, que em 2010 ainda estavam em fase inicial de popularização. Assim, busca-se reduzir o desconforto dos espectadores e evitar situações em que propagandas subitamente estridentes prejudiquem o ambiente doméstico.
A proposta ganhou força após relatos de consumidores que tiveram suas rotinas interrompidas por anúncios barulhentos, incluindo casos em que propagandas acordaram bebês. O exemplo de uma família cujos momentos de lazer à noite foram prejudicados por esse tipo de situação se tornou símbolo da mobilização pelo ajuste do volume na publicidade online.

Por que o volume dos anúncios em streaming é um problema recorrente?
Enquanto a televisão convencional possui diretrizes claras para manter o volume dos comerciais compatível com o restante da programação, os serviços de streaming lidam com desafios únicos relacionados à exibição de propaganda. O conteúdo transmitido por streaming é, geralmente, personalizado e os anúncios são inseridos em tempo real, o que dificulta o controle padronizado do áudio. Empresas do setor argumentam que a implementação de regras rígidas pode ser complexa, já que a tecnologia empregada para veicular publicidade em ambientes digitais exige ajustes diferentes daqueles adotados pelos canais de televisão aberta e fechada.
Apesar dessas dificuldades técnicas citadas pelos representantes da indústria do entretenimento, desenvolvedores de tecnologia e especialistas em direito digital indicam que já existem avanços consideráveis em metodologias para nivelar o volume dos anúncios. A regulamentação proposta permitiria que as plataformas investissem ainda mais em soluções que tornem a publicidade menos invasiva quanto ao aspecto sonoro.
Quais os possíveis impactos da regulação do volume em propagandas?
- Melhoria da experiência do usuário: Consumidores poderão assistir a seus conteúdos preferidos sem serem surpreendidos negativamente por picos de áudio em anúncios.
- Padronização de práticas no setor: A medida pode servir de referência para outros estados americanos e até para mercados internacionais interessados em proteger o consumidor digital.
- Desafios técnicos para as plataformas: O desenvolvimento e implementação de tecnologias capazes de nivelar o som de forma automática representam um investimento adicional para as empresas de streaming.
- Engajamento do debate sobre direitos do consumidor digital: A tramitação do projeto reforça discussões acerca da relação entre grandes plataformas, produtores de conteúdo e o público pagante.

Como os consumidores podem agir diante de propagandas barulhentas no streaming?
Muitos assinantes de serviços digitais recorrem a configurações de áudio em seus dispositivos para amenizar disparidades de volume, mas isso nem sempre é suficiente para resolver o problema. Reclamações formais nos canais de atendimento das plataformas e a mobilização nas redes sociais têm se mostrado eficazes para chamar atenção das empresas e legisladores. Além disso, acompanhar a tramitação de propostas como a SB 576 representa uma forma de pressionar por avanços concretos na proteção dos direitos dos espectadores californianos.
A discussão em torno do volume excessivo em anúncios de streaming mostra como hábitos de consumo audiovisual estão em constante transformação, exigindo novas abordagens legislativas e tecnológicas. No cenário atual, observa-se que o debate se amplia e pode influenciar mudanças que beneficiem usuários de diferentes regiões, garantindo uma experiência de entretenimento mais confortável, sem sustos sonoros indesejados durante maratonas de filmes e séries.