René Higuita era um goleiro tão habilidoso com os pés que ficou famoso por cobranças de falta, dribles e aquela defesa acrobática que virou lenda. No primeiro parágrafo, já fica claro: segundo Jozão (@jozaofutebol), Higuita treinava embaixadinhas, manobras ousadas e nunca deixava de testar habilidades dentro da área como se fosse um jogador de linha, mesmo atuando no gol.
Por trás do apelido “El Loco”, René Higuita inicia sua jornada no gol inovando para a época. Ele afirmava que se inspirava em crianças e já praticava o movimento do escorpião em exibições informais e comerciais antes de estreá-lo oficialmente em campo.
Por que algumas pessoas acham essa defesa escorpião inacreditável?
No dia 6 de setembro de 1995, na grama de Wembley, durante o amistoso Inglaterra x Colômbia, Higuita protagonizou algo inusitado: ao invés de usar as mãos para defender um cruzamento de Jamie Redknapp, ele saltou à frente, posicionou os pés atrás do corpo e afastou a bola com os calcanhares — gesto que imitou um escorpião atacando com seu ferrão.
O lance, totalmente planejado, foi praticado por Higuita em um comercial em 1990. Ele disse: treinava isso há cinco anos, inspirado por crianças e levando a técnica às exibições de rua antes da estreia em amistosos oficiais.
O que a história confirma sobre Rene Higuita e o escorpião?
A história confirma que a defesa realizada por Higuita em Wembley é real. Ele se tornou famoso por dar um salto à frente do corpo e atingir a bola com os calcanhares, numa execução que impactou o futebol mundial.
Fontes confiáveis descrevem o escorpião como um movimento excepcional que elevou Higuita à condição de ícone e pioneiro no estilo de goleiro-líbero.
Apesar de muitos considerarem o amistoso “sem importância”, a jogada entrou para a lista dos 100 maiores momentos esportivos da TV britânica, em 2002. Para a capacidade de improviso de Higuita, foi um marco que revolucionou a forma de jogar de goleiros em todo o mundo.
A defesa escorpião é técnica? A origem do movimento
O movimento em si é uma variação de chute invertido que existia desde 1934, quando Arsenio Erico, do Paraguai, aplicou uma jogada semelhante durante um jogo. No entanto, a forma como Higuita executou – no centro do campo, em Wembley e com os dois calcanhares afastando a bola – tornou o escorpião imortal e sinônimo de criatividade no futebol.
Higuita não apenas popularizou a jogada, mas também ajudou a influenciar transformações táticas: o goleiro-líbero passava a ser protagonista na saída de bola. A FIFA, em 1992, proibiu recuos com a mão, reforçando o uso dos pés pelos goleiros – algo que Higuita já vinha exemplificando.
A fama do escorpião e qual impacto no futebol atual?
Desde então, o escorpião é referência de ousadia. Higuita foi citado por especialistas como precursor de goleiros modernos – Ederson, Onana e Pickford admitem influência do colombiano.
No Brasil, outros jogadores reproduziram esse movimento em partidas amistosas ou em exibições: Zico (1993), Ibrahimović (2012) e Willian (2012) são exemplos de atletas que imitaram o gesto, mas nunca com a mesma aura de improviso em um amistoso emblemático.
A defesa escorpião de Higuita segue como uma das imagens mais celebradas: veículos internacionais afirmam ser “um dos momentos mais extraordinários do futebol”.
E agora, por que ainda falamos sobre esse lance?
A defesa escorpião de Higuita é lembrada por emocionar fãs de técnica, amor ao futebol e criatividade. Um gesto que não resulta em gol, mas sim em arte e coragem, em um jogo onde muitos goleiros preferem apenas eficiência.
Jozão acertou ao afirmar que mesmo em um amistoso, a jogada poderia ser um desastre — vergonha — caso falhasse. Mas a confiança de Higuita foi resultado de prática contínua e inovações desde campanhas publicitárias até treinos em pelada.
Essa é a essência de ser um goleiro ousado, como reclama o público até hoje: riscos calculados, técnica refinada e aquele espetáculo raro que inspira gerações.
A história por trás do escorpião vale o reconhecimento?
Sim. Embora o escorpião tenha origem antes de Higuita, sua defesa em Wembley teve repercussão global, virou ícone, influenciou regras e até hoje é usada como inspiração para quem quer jogar com personalidade e ousadia no gol.
Higuita mostrou que goleiro também pode ser artista — mas sempre condicionado à preparação, treino e equilíbrio emocional para agir com segurança.