Crianças superdotadas exigem atenção intensa e constante — cognitivamente elas não param, explica o psicólogo Jean Alessandro (@jeanalessandrob). É como um computador que precisa processar o tempo todo: se ficar ocioso, esquenta e gera estresse. Por isso, entender esse perfil é fundamental para evitar desgaste familiar e ambiente escolar hostil.
Por que o tédio causa estresse em superdotados?
Para Jean Alessandro, o superdotado tem um “apetite neural” permanente: precisa estar lendo, lembrando, gerando ou processando informação o tempo inteiro. Se não alimentado, ele fica irritado, ansioso ou com comportamentos atípicos. Esse tipo de desenvolvimento é neuroatípico — é um funcionamento cognitivo fora do padrão, sem ser um transtorno como TDAH ou autismo.
Superdotação é doença? Por que precisa de apoio?
Superdotação é reconhecida como necessidade educacional especial — não é doença ou transtorno. Isso significa que, na escola, esse aluno precisa de currículo diferenciado, métodos adequados e apoio pedagógico. No entanto, ao contrário de quem não compreende isso, alguns imaginam que superdotados não precisam de apoio — o que acarreta tédio, ansiedade, estresse e até reações autodefensivas no ambiente escolar.
Como a escola deve atender o aluno superdotado?
O Brasil prevê recursos para a superdotação na educação inclusiva. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) enquadra alunos com altas habilidades como públicos da educação especial. Isso implica:
- Aceleração de estudos ou grupos diferenciados
- Atendimento individualizado dentro ou fora da sala comum
- Professores treinados e metodologia adequada
- Atendimento educacional especializado (AEE)
E os impactos na relação pais-filhos?
Jean Alessandro compara esse perfil a um motor que nunca desliga: a criança superdotada pode “esgotar” os pais pela necessidade de estímulo contínuo. Sem suporte, pais podem se sentir exaustos, frustrados ou emocionalmente sobrecarregados. Entender esse perfil ajuda a organizar rotina, dividir responsabilidades e buscar apoio profissional.
Superdotado e o relacionamento com professores
O superdotado pode entrar em conflito com professores, questionar conteúdos e métodos e manifestar impaciência — o que pode gerar estresse e retorno negativo por parte do professor. Isso exige sensibilidade institucional, formação docente inclusiva e consciência escolar sobre essas especificidades.
E agora, como agir?
- Reconheça que o superdotado é um perfil cognitivo atípico, não uma doença
- Ofereça estímulo contínuo: leitura, desafios, conversas
- Busque apoio escolar: aceleração, grupos, AEE, professores preparados
- Cuidar do emocional dos pais é essencial — equilíbrio é prioridade
Fontes e referências utilizadas
- MEC – Diretrizes Nacionais para Educação Especial
- LDB – Lei nº 9.394/96
- IBDFAM – Artigos sobre altas habilidades e superdotação
- Instituto Inclusão Brasil
- Wikipédia – Superdotação, educação especial e educação inclusiva
Links completos das fontes
- https://institutoinclusaobrasil.com.br/legislacao-para-alunos-com-altas-habilidades-ou-superdotacao/
- https://portal.mec.gov.br/docman/novembro-2022-pdf-1/242301-diretriz-altas-habilidades-ou-superdotacao-1/file
- https://ibdfam.org.br/artigos/1389/Altas%2BHabilidades%2B%2BSuperdotaça%C3%A7%C3%A3o%3A%2BConceito%2Be%2BLegisla%C3%A7%C3%A3o%2BBrasileira
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_especial
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Superdotado
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_inclusiva