Por que Luis Enrique durou pouco no Barcelona? Essa é a análise do jornalista Marcelo Bechler — correspondente da TNT Sports e Rádio Itatiaia em Barcelona — ao comentar os bastidores da curta permanência do técnico espanhol no comando do clube catalão.
Segundo Bechler, apesar de conquistas expressivas, Luis Enrique se cansou da pressão interna e da relação com o trio MSN (Messi, Suárez e Neymar), que dominava as decisões dentro de campo. A autoridade do treinador ficava limitada, já que os jogadores exigiam estar sempre em campo, mesmo com desempenho abaixo ou pedidos de substituição.
Qual foi o principal desafio de Luis Enrique no comando?
Bechler destaca que na primeira temporada, Luis Enrique chegou a substituir membros do trio MSN 31 vezes. Já na segunda, foram apenas cinco substituições — todas por lesão. Isso mostra a perda de autonomia do técnico frente aos jogadores, que, segundo o jornalista, “faziam cara feia” ao sair e pressionavam para jogar sempre.
A estrutura tática do time acabou girando em torno dessas estrelas, o que dificultava a imposição de um modelo próprio de jogo por parte do treinador.
Por que ele decidiu sair mesmo com resultados positivos?
Apesar de títulos como Champions League e La Liga, Luis Enrique não se sentia dono do time. Bechler afirma que ele não tinha paciência para lidar com o ambiente interno do clube, cheio de disputas políticas, vaidades e cobranças diárias.
Barcelona, para ele, era um clube “cansativo”, e a convivência com jogadores de ego elevado era um peso que foi se acumulando ao longo das temporadas.
Como são os ciclos de trabalho de Luis Enrique?
O jornalista compara Luis Enrique com Pep Guardiola, que também teve ciclos curtos (cerca de quatro anos por clube), mas bem-sucedidos. No caso de Luis Enrique, Bechler acredita que ele tende a repetir esse padrão: trabalhos intensos e curtos, seguidos por pausas ou mudanças rápidas.
No PSG, onde está atualmente, Luis Enrique vive sua segunda temporada. Segundo Bechler, não seria surpresa se ele também optasse por sair em breve.
O que esperar do sucessor Hans-Dieter Flick?
Marcelo comenta que Hans Flick, novo técnico do Barcelona, pode ter mais paciência para lidar com o ambiente local, justamente por ser estrangeiro e não estar tão imerso nas “picuinhas” internas. A distância emocional e cultural pode ajudá-lo a ter uma permanência mais longa que a de Luis Enrique.
Ainda assim, Bechler deixa no ar a dúvida: será que o novo técnico terá “saco” para resistir à pressão do clube catalão?
Links das fontes consultadas
- Wikipédia – Luis Enrique, contexto técnico no PSG comparado com estilos de hierarquia