A Dr. Victor Sorrentino (CRM‑SP 168092), médico, escritor e professor com atuação em saúde integrativa, alerta sobre exames pouco solicitados, mas essenciais para a prevenção infantil. Com mais de 1,4 mil seguidores no Instagram (@drvictorsorrentino), ele destaca a importância de avaliações profundas e personalizadas para a infância. Você sabia que três testes simples podem revelar desequilíbrios antes mesmo do surgimento de sintomas?
Desde a primeira linha da introdução, já reforçamos: exames preventivos pediátricos devem ser prioridade para pais atentos, além dos cuidados tradicionais. O papo é direto, revelador e convida à reflexão: será que focamos demais em remediar em vez de prevenir?

Quais exames Dr. Sorrentino considera fundamentais na infância?
Dr. Sorrentino revela que muitos pediatras atuam de forma reativa, deixando de solicitar três exames preventivos essenciais. O primeiro é um painel completo de vitaminas, capaz de identificar deficiências silenciosas (como vitaminas D, A, C, ferro e magnésio), que impactam crescimento, imunidade e desenvolvimento cognitivo. Estudos mostram que deficiências de vitamina D ainda ocorrem em até 70% das crianças e podem levar a raquitismo, imunodeficiências e atrasos no desenvolvimento ósseo .
O segundo é a análise da microbiota intestinal, que avalia a diversidade bacteriana responsável pela digestão, modulação do sistema imunológico, produção de enzimas e até regulação cerebral . Alterações no microbioma estão associadas a infecções recorrentes, alergias, doenças inflamatórias, obesidade e até impacto no desenvolvimento neural.
O terceiro exame é a análise genética, especialmente de variantes (SNPs), que indica predisposição individual a deficiências de nutrientes, dificuldades metabólicas ou reações alimentares . Esse mapeamento permite prevenções e intervenções alinhadas ao perfil único de cada criança, dentro de uma abordagem de medicina de precisão.
Como a microbiota infantil afeta o corpo das crianças?
Você já pensou em como um intestino “saudável” pode influenciar a imunidade, o cérebro e até o peso do seu filho? A microbiota infantil colabora com a digestão de nutrientes, síntese de vitaminas, proteção contra patógenos e maturação do sistema imunológico.
Pesquisas indicam que disbiose — desequilíbrio da flora intestinal — está correlacionada com alergias, asma, doenças inflamatórias intestinais, obesidade e até alterações comportamentais . Estudos recentes mostram que a composição da microbiota nos primeiros 1.000 dias de vida pode prever o risco de doenças nos primeiros 5 anos .
Além disso, o uso excessivo de antibióticos na infância, quando repetido todos os meses, está associado à redução da diversidade microbiana, aumento do risco de doenças autoimunes e distúrbios metabólicos . Dr. Sorrentino ilustra com o caso do menino de sete anos que saiu do ciclo de antibióticos mensais após reposição nutricional e reequilíbrio da microbiota.
Por que o painel de vitaminas é tão negligenciado na pediatria?
Será que a simples medição de vitaminas pode evitar doenças graves? A resposta é sim. Muitas deficiências — como de vitamina D, ferro, C, A — são “invisíveis” aos sintomas na fase inicial, mas podem gerar queda de imunidade, irritabilidade, dificuldade de atenção, má absorção de cálcio e atraso no crescimento .
A OMS e a American Academy of Pediatrics recomendam suplementação de vitamina D em todas as crianças, especialmente em amamentação exclusiva, para prevenir raquitismo e infecções respiratórias . No entanto, sem exame, não há dado para assegurar se o nível está adequado para funções metabólicas, ósseas e imunológicas.
A genética infantil deve ser avaliada nos cuidados preventivos?
Avaliar o genoma dos nossos filhos pode parecer exagero, mas tem respaldo científico. Os testes genéticos detectam predisposição a deficiências nutricionais, intolerâncias alimentares e resposta individual a nutrientes ou medicamentos .
Além disso, permitem um cuidado personalizado, com suplementação, orientações nutricionais e acompanhamento específico, sem tratamentos genéricos. É uma abordagem que ajuda a antecipar problemas, em vez de intervir apenas no agravamento.
Como aplicar essa abordagem na prática clínica?
Dr. Sorrentino explica que, após os exames, a equipe médica deve consolidar um plano personalizado de saúde para a criança. Isso envolve suplementação específica, reeducação alimentar e hábitos (como hábitos ao sol e higiene), e modulação da microbiota via probióticos e alimentação saudável.
Seu relato clínico comprova: com esse modelo, um garoto de 7 anos sem melhora, infectado mensalmente e dependente de antibióticos, viveu um ano inteiro sem remédios após aplicação completa dos testes e plano terapêutico. Isso confirma a máxima preventiva: trate causas, não sintomas.
Seu filho apresenta sinais para buscar esses exames?
Seu filho tem alergias frequentes, infecções contínuas, alterações comportamentais ou uso habitual de medicamentos? Isso pode ser sinal de desequilíbrio nutricional, microbiota alterada ou predisposição genética.
Se sim, é recomendável procurar uma avaliação aprofundada com um profissional de saúde integrativa, que utilize esses três exames essenciais e ofereça plano preventivo personalizado, que vai além do tratamento tradicional.
Fontes confiáveis
- OMS / Ministério da Saúde: uso de vitamina D na infância
- PubMed Central: papel da microbiota na saúde infantil pmc.ncbi.nlm.nih.gov
- PMC e NHS: genética, testes SNP e prevenção personalizada
Esses órgãos corroboram o que Dr. Sorrentino apresenta, evidenciando que prevenção é muito mais eficiente e duradoura do que a tradicional abordagem reativa.
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