A arquiteta Daniela Andrade, especialista em projetos de alto padrão e marcenaria personalizada (@danielaandradearquitetura), aponta um erro comum — e muitas vezes caro — na decoração de casas sofisticadas: comprar todos os móveis e objetos de uma vez só, tudo novo e do mesmo estilo. Segundo ela, isso pode deixar o ambiente bonito, mas vazio de alma. O segredo está em criar camadas com o tempo, misturando o novo com o afetivo e o inesperado.
Por que decorar tudo de uma vez pode deixar a casa sem vida?
Quando uma casa é montada de uma só vez, os itens escolhidos costumam seguir o mesmo padrão, estilo e paleta. O resultado, embora visualmente harmônico, pode lembrar mais uma vitrine de loja do que um lar real. Daniela explica que uma casa interessante é construída aos poucos, com camadas de memórias, objetos garimpados e peças com histórias. É essa mistura que cria ambientes ricos em texturas, formas e emoções.
O que dá personalidade à decoração?
Peças herdadas, objetos de viagem, lembranças da infância e até desenhos dos filhos são exemplos de elementos que carregam memória e autenticidade. O vínculo afetivo é o que transforma uma casa decorada em um verdadeiro lar. Segundo Daniela, essas escolhas não seguem tendências, mas valores e histórias pessoais — o que torna o ambiente único e acolhedor, sem a rigidez de um showroom.
Como o cérebro reage aos ambientes personalizados?
Estudos em neuroarquitetura mostram que o nosso cérebro reage positivamente a espaços que equilibram familiaridade e estímulos visuais. Ambientes padronizados e monótonos não ativam a mesma conexão emocional que lugares onde há diversidade de formas, texturas e memórias. Por isso, Daniela destaca: elementos inesperados e afetivos estimulam sensação de bem-estar, segurança e identidade.
É possível equilibrar sofisticação e memória afetiva?
Sim, e é justamente esse equilíbrio que faz toda a diferença. Daniela afirma que ter um móvel de design contemporâneo ao lado de uma cômoda herdada ou um quadro artístico junto a uma fotografia de família pode enriquecer a atmosfera da casa. O contraste bem feito não só enriquece a composição estética, mas reforça a personalidade do morador.
Como evitar esse erro mesmo em projetos de alto padrão?
O segredo, segundo Daniela, está em não ter pressa. Montar uma casa com identidade leva tempo. A dica é começar com os itens essenciais e deixar espaço para o inesperado. Visitas a antiquários, feiras de arte, viagens e experiências pessoais irão, aos poucos, preencher os espaços com significado, não apenas com estética.
Quais objetos fazem a diferença em um lar com personalidade?
Pequenos objetos com história, como um livro com dedicatória, um souvenir de viagem ou uma peça feita à mão, podem ser mais impactantes do que um item caro, mas impessoal. Daniela lembra que os detalhes que carregam memória e conexão emocional têm o poder de transformar qualquer ambiente em algo verdadeiramente único.
Vale a pena investir em uma casa perfeita visualmente?
Uma casa bonita nem sempre é uma casa boa de viver. Daniela reforça que, ao priorizar apenas a estética, perde-se a chance de construir um espaço cheio de vida e significado. O ideal é investir em um lar que reflete sua trajetória, seus gostos e sua essência — e isso leva tempo, observação e escolhas conscientes.
Onde encontrar mais conteúdos de Daniela Andrade?
Daniela compartilha dicas práticas, erros comuns e inspirações de arquitetura no seu Instagram @danielaandradearquitetura, onde já soma mais de 160 mil seguidores. Seus projetos combinam sofisticação e aconchego, sempre com foco em funcionalidade, marcenaria personalizada e design atemporal.
Fontes consultadas para embasar este conteúdo
- Conceitos de neuroarquitetura e personalização: https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/noticia/2021/08/neuroarquitetura-entenda-como-o-ambiente-influencia-no-bem-estar.html
- O valor dos objetos afetivos na decoração: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/a-casa-com-memoria_16147.html
- Importância do design emocional: https://casavogue.globo.com/Design/noticia/2021/11/design-emocional-entenda-o-conceito-e-como-aplica-lo-em-casa.html