O segmento automotivo no Brasil está vivenciando mudanças importantes, especialmente devido ao avanço dos carros elétricos e à chegada de novas tecnologias no setor. Entre março de 2024 e março de 2025, um fenômeno chamou a atenção dos proprietários: a expressiva desvalorização de determinados modelos, impactando tanto consumidores quanto montadoras. Um dos veículos mais afetados foi carro Renault Kwid E-Tech, cuja queda de valor se destacou entre os elétricos vendidos no país. No início desse período, seu preço estava próximo de R$ 126 mil; um ano depois, era negociado por volta de R$ 77 mil, refletindo uma queda de R$ 49 mil e transformações do mercado.
A principal razão para tamanha redução de preço envolve fatores que vão além do próprio modelo. O crescimento da concorrência, a entrada de montadoras chinesas com modelos mais bem equipados e preços agressivos, assim como a rápida evolução tecnológica, alteraram a percepção dos brasileiros sobre custo-benefício. Isso significa que novas opções mais atrativas acabam influenciando a revenda e desvalorizando modelos anteriores, especialmente entre os elétricos, um segmento que ainda busca consolidação no Brasil.
Por que alguns carros, como o Renault Kwid E-Tech, perderam valor tão rapidamente?
O caso do Renault Kwid E-Tech exemplifica como a intensa competição no segmento de veículos elétricos provoca efeitos diretos no mercado de usados. A chegada de marcas como BYD e GWM com carros repletos de novos recursos, autonomias ampliadas e design inovador tornou o modelo da Renault menos atrativo. Além disso, o próprio reposicionamento do preço de lista para aproximadamente R$ 99 mil em 2025 deixou o Kwid E-Tech mais acessível, mas também acelerou sua depreciação, já que veículos novos chegaram aos consumidores com valores menores que os praticados no lançamento.
A questão do custo-benefício é fundamental neste contexto. Consumidores tendem a dar preferência para carros que entreguem mais tecnologia e conforto, aspectos em que modelos mais recentes se destacam. Assim, veículos que não acompanham essa evolução acabam enfrentando maior dificuldade na hora da revenda e desvalorizando com mais intensidade.
Qual foi o carro mais desvalorizados no Brasil entre 2024 e 2025?
Apesar de o Renault Kwid E-Tech ter liderado essa estatística, outros modelos também registraram desvalorização significativa no mercado brasileiro. O BMW iX1, por exemplo, perdeu aproximadamente 15% do seu valor, enquanto o Honda ZR-V amargou queda próxima a 14,7%. Essa tendência atingiu carros de diferentes segmentos e faixas de preço, não se limitando apenas aos compactos elétricos.
- Renault Kwid E-Tech: perda em torno de 38%
- BMW iX1: desvalorização de 14,72%
- Honda ZR-V: queda de 14,69%
- Nissan Sentra: desvalorização de 14,10%
- BMW X4: recuo de 12,48%
- Honda Accord: perda de 11,94%
- Chevrolet S10 Cabine Simples: desvalorização de 9,39%
- BYD Seal: queda de 9,37%
- Hyundai HB20S: perda de 8,43%
A diversidade dessa lista mostra que tanto os veículos de luxo quanto os populares sofreram impacto, especialmente diante da ampla oferta de novidades que chegaram ao Brasil em 2024 e 2025.
Como evitar prejuízos com a desvalorização de um carro?
Para os consumidores atentos à desvalorização, algumas medidas podem ajudar a proteger o investimento na hora de escolher um carro. A pesquisa é fundamental: levantar o histórico de desvalorização do modelo, analisar custos de manutenção e verificar a aceitação do veículo no mercado de usados.
- Priorizar veículos com histórico de bom valor de revenda é uma das estratégias mais eficientes. Algumas marcas são conhecidas por manterem preços mais estáveis em relação aos concorrentes.
- Manter o carro bem cuidado – revisões em dia, aspecto visual preservado e documentação regularizada são diferenciais no momento da negociação.
- Acompanhar tendências de mercado, observando quais modelos ganham versões atualizadas com mais tecnologia, pode evitar escolhas que levem a grande desvalorização.
- Considerar a reputação e assistência oferecida pela marca também faz diferença para o valor de revenda.
O ambiente automotivo no Brasil segue dinâmico, com transformações constantes decorrentes da eletrificação, entrada de novas marcas e adoção das mais recentes inovações. Estar informado é crucial para quem busca minimizar perdas financeiras e tomar decisões mais seguras na compra ou troca de veículo.
