Aline Lobo Arquiteturas aponta que muitas casas de condomínio com janelas enormes e fachadas minimalistas parecem projetadas pensando em você, mas, na prática, podem estar apenas para impressionar a vizinhança.
Aline Lobo, arquiteta formada em Arquitetura e Urbanismo desde 2001, com atuação presencial e online há mais de 20 anos, acumula experiência em design de interiores, gastronomia e fotografia (alinelobo.com.br). Presente no Instagram como @alineloboarquiteturas e Threads, ela compartilha reflexões sobre arquitetura com propósito e qualidade de vida.
Por que as janelas gigantes não garantem mais conforto?
Aline Lobo menciona que, apesar da promessa de mais luz e conexão com o exterior, a realidade é outra: “você acaba cobrindo tudo com cortinas, perdendo a vista e a luminosidade”. Esse comportamento anula a funcionalidade pensada para esses elementos.
Na maioria dessas residências modernas, a privacidade se torna prioridade, forçando soluções que bloqueiam a luz natural. Com isso, o objetivo inicial se perde e o ambiente deixa de cumprir seu papel de trazer bem-estar.
Fachadas minimalistas: beleza ou ausência de identidade?
Segundo a arquiteta, fachadas sem adornos — planas demais e sem texturas — geram uma sensação de cópia. “Casas que não expressam nada, que não contam nenhuma história.” O minimalismo excessivo pode deixar o entorno sem vida.
Quando cada casa parece igual, perde-se o caráter individual do projeto e a conexão com quem vive ali. A falta de elementos de personalidade faz com que essas residências se tornem cenários frios e pouco acolhedores no dia a dia.
Aline Lobo, arquiteta e designer de interiores: conexões reais com o espaço
Aline destaca que a arquitetura ideal deve promover uma relação verdadeira entre moradores e ambiente: “Te ajudo a mudar SUA relação com SEU espaço”. Nesse sentido, ela preza por projetos que integrem estética e uso genuíno, pensando em quem vive ali, não só em impressões externas.
Ao seguir @alineloboarquiteturas no Instagram e Threads, é possível conferir referências e dicas que fogem do padrão comum em condomínios, valorizando identidade, conforto e funcionalidade de forma equilibrada.
E a sustentabilidade? Como esses projetos se encaixam nesse cenário?
A partir da fala de Aline, é possível refletir: as grandes aberturas e fachadas completamente lisas colaboram com o conforto térmico ou apenas elevam o consumo energético? De acordo com o IBAPE e normas brasileiras, o design deve considerar insolação, ventilação cruzada e uso racional de energia – aspectos que janelas cobertas e fachadas sem funcionalidade tendem a ignorar.
Quando a cortina encerra a relação com o exterior, desaparece também o controle de luz solar e fluxo de ar natural, podendo elevar o uso de ar-condicionado e iluminação artificial. E isso vai na contramão da arquitetura sustentável.
O que diz a legislação sobre iluminação natural e privacidade?
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) incentiva projetos que equilibrem iluminação natural sem expor completamente os moradores — integrando brises, vidro serigrafado, persianas e outros elementos funcionais. Casas que ignoram esse equilíbrio acabam com visores bonitos, mas sem uso real dos benefícios naturais.
Casas com janelas apenas decorativas, cujo uso é bloqueado por cortinas, acabam contrariando os princípios de conforto ambiental e funcionalidade propostos pelo CAU-BR.
Como escolher um projeto que una identidade, privacidade e conforto?
Prefira fachadas que contem alguma história — materiais, texturas, cores. Aposte em aberturas que ofereçam luz natural com controle — brises, pergolados, vidros especiais.
Valorize o projeto pensado para quem vive ali, não só a estética para fotos. Aline Lobo, por meio de sua atuação com Arquitetura e Sustentabilidade, defende que uma casa moderna seja também uma casa que funciona para você, com soluções que dialoguem com o cotidiano real.
E se ainda sobrar dúvida sobre estilo e funcionalidade?
Sentir-se em uma “vitrine” dentro de casa é sinal de projeto que falhou no principal objetivo: bem-estar. Pergunte-se: a casa permite que eu viva sem precisar esconder tudo? Janelas cobertas dão a sensação de estar se escondendo — e isso afeta sua relação com o espaço.
A mensagem de Aline é esse convite: repensar a arquitetura pautada em impressões e, em vez disso, optar por projetos que priorizem seu conforto, identidade e qualidade de vida.
