Você já viu à orientação do advogado previdenciário Raniel Douglas? Ele alerta para três perguntas aparentemente inofensivas na perícia do INSS — mas que podem ser verdadeiras armadilhas. Vamos entender direitinho.
Raniel Douglas é advogado previdenciário, especialista em auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC/LOAS. Ele atua online por todo o Brasil. Sua atuação é reconhecida em perfis como Instagram com 29 mil seguidores e no site ranieldouglasadvocacia.com.br.
Quais são as três pegadinhas mais comuns na perícia do INSS?
A primeira “pegadinha” ocorre quando perguntam se você realiza atividades domésticas como lavar, passar roupa ou cozinhar. Se você diz que “faz tudo em casa”, o perito pode alegar que essas atividades são compatíveis com voltar ao trabalho, criando uma contradição com sua incapacidade declarada.
A segunda armadilha é a pergunta “Você melhorou 6% com a medicação?”. Um “sim” pode ser interpretado como indicativo de que o tratamento seria suficiente para restaurar sua capacidade laboral, e, assim, o benefício pode ser negado.

Por que isso afeta meus benefícios?
Essas perguntas visam identificar contradições que possam sustentar a tese de que você não está mais incapacitado. Se o perito entender que suas atividades domésticas, melhora menor ou sensação de melhoria significam que você pode trabalhar, seu benefício pode ser suspenso.
O advogado explica que é preciso aliar respostas honestas e detalhadas. Por exemplo, ao dizer que lava roupa, enfatize que precisa de pausas frequentes, tem dor ou usa ajuda de aparelhos ou terceiros. Assim, mantém coerência entre sua condição e o impedimento ao trabalho.
Quando a medicação pode alterar o benefício?
Dar essa informação de melhora (ex.: “melhorei 6% com o remédio”) pode ser uma armadilha. A lei previdenciária prevê que o benefício seja suspenso quando se entende que a recuperação é suficiente para o retorno ao trabalho. A melhora mínima com remédios pode ser interpretada como recuperação parcial ou total, e isso pode fragilizar seu pedido ou manutenção do benefício.
Para evitar problemas, explique que a medicação alivia levemente, mas não elimina sua limitação funcional, sintomática ou a necessidade de acompanhamento contínuo. O ideal é manter laudos e relatórios médicos que descrevam isso, conforme orientado por Raniel.
Por que comparar a data da última consulta pode prejudicar meu benefício?
Comparações entre hoje e o mês anterior são vistas pelo perito como indicativo de melhora contínua. Se a resposta for que “estou melhor hoje do que no mês passado”, corre-se o risco de o perito entender que a incapacidade está superada.
Raniel sugere que, ao responder, destaque que embora haja dias levemente melhores, os dias ruins, crises ou limitações ainda podem ocorrer, invalidando o exercício profissional. Dar o peso certo nas palavras é fundamental, e isso deve estar respaldado em laudos médicos detalhados.

Qual é a orientação de base para esses exames?
A recomendação é sempre responder com:
- Honestidade – não minimize suas dores.
- Coerência – mantenha constância entre sintomas, atividades diárias e relatos.
- Apoio médico – leve laudos recentes que apontem limitações importantes.
- Estratégia – explique o que consegue ou não fazer, como e com ajuda ou adaptações.
Essas orientações se alinham com normas da Medicina Social da Previdência, que valorizam a análise da funcionalidade para identificar incapacidades, segundo o Manual de Perícia Médica do INSS.
O que posso fazer para não cair nessas armadilhas?
Com orientação de um advogado previdenciário como Raniel, você deve:
- Revisar laudos médicos antes da perícia.
- Preparar respostas – ensaie formas de expressar sua limitação.
- Evitar termos absolutos como “melhorei” sem contexto.
- Documentar crises, dias ruins, necessidade de ajuda e limitações persistentes.
Assim, você preserva sua narrativa pública e documental — isso é essencial em perícias.
Fontes oficiais realmente validam estas orientações?
Órgãos como o INSS e o Manual de Perícia Médica Previdenciária recomendam avaliação funcional individualizada, não apenas sintomática.
Veja como usar essas fontes:
- INSS – Manual de Perícia Médica: descreve que a avaliação deve considerar limites reais e cotidianidade.
- Lei nº 8.213/91: define critérios para benefício por incapacidade, reforçando a necessidade da incapacidade total ou parcial comprovada.
Ambas são referências confiáveis e oficiais.
Onde buscar mais esclarecimentos sobre perícia do INSS?
Você acha que já entendeu tudo, mas quer ficar afiado? Consulte:
- INSS – Manual de Perícia Médica
- Entidades como a SBM (Sociedade Brasileira de Medicina Social)
Essas fontes reforçam a importância da coerência no relato e avaliação da incapacidade.