Movimentos de beleza ganham e perdem força ao longo do tempo, e nos últimos anos, os cosméticos coreanos ocuparam lugar de destaque no universo da estética global. Esse fenômeno, conhecido como K-beauty, conquistou consumidores ao redor do mundo com rotinas de cuidados detalhadas, embalagens criativas e fórmulas inovadoras.
No entanto, desde 2023, observa-se um novo comportamento no mercado internacional de beleza, refletido em dados de vendas, tendências nas redes sociais e mudanças na preferência dos consumidores. As sinalizações de que a popularidade dos cosméticos coreanos está se tornando menos predominante crescem ano após ano, levantando questões sobre os motivos e as consequências desse novo cenário.

Quais fatores indicam a diminuição do K-beauty?
Diversos aspectos sugerem que o fim da febre global dos cosméticos coreanos está mais próximo. O aumento de marcas de outros países, a redução da frequência de lançamentos virais sul-coreanos e o menor engajamento de influenciadores internacionais com o termo “K-beauty” mostram um novo ritmo no mercado. Além disso, a disponibilidade de produtos coreanos deixou de ser uma vantagem exclusiva, pois concorrentes ocidentais passaram a oferecer fórmulas semelhantes, muitas vezes adaptadas a preferências e regulamentações locais.
Entre as principais razões para essa mudança de cenário, destacam-se:
- Saturação do mercado: O excesso de produtos com propostas similares diminuiu o ineditismo que antes chamava a atenção do público.
- Demanda por sustentabilidade: Consumidores estão priorizando marcas eco-friendly, o que forçou adaptações além das fórmulas tradicionais do K-beauty.
- Preferências regionais: Tendências como beleza minimalista, skincare simplificado e ingredientes locais, especialmente no Brasil, passaram a abocanhar espaço antes dominado pelo K-beauty.
O que é beleza minimalista? A beleza minimalista é um movimento que valoriza o uso de poucos produtos e rotinas de cuidados simplificadas, priorizando praticidade, eficiência e bem-estar. Em vez de seguir longos passos ou múltiplas camadas de produtos, a proposta é adotar o essencial para manter a saúde da pele, escolhendo itens multifuncionais, com ingredientes de qualidade e aplicando apenas o necessário. No contexto atual, essa abordagem reflete a busca por menor desperdício, economia de tempo e um consumo mais consciente, alinhando-se também com as tendências de sustentabilidade e preferência por fórmulas mais naturais.
Como a sustentabilidade influencia as escolhas dos consumidores de beleza: Nos últimos anos, a sustentabilidade tornou-se um critério fundamental para os consumidores do setor de beleza. Muitos buscam por produtos que tenham menor impacto ambiental, optando por marcas que investem em processos produtivos mais limpos, embalagens recicláveis ou biodegradáveis e ingredientes de origem rastreável e ética.
O movimento de consumo consciente não apenas reduziu o apelo de cosméticos importados que não atendem a essas exigências, como impulsionou o crescimento de marcas locais que priorizam práticas sustentáveis. Além disso, cada vez mais consumidores exigem transparência na comunicação sobre origem dos ativos, processos de fabricação e compromissos socioambientais, tornando a sustentabilidade uma condição determinante para a lealdade à marca e a decisão de compra.

O que levou o K-beauty ao auge e por que começou a perder espaço?
A ascensão dos cosméticos coreanos está ligada à inovação rápida e ao marketing eficaz, que transformaram o autocuidado diário em uma experiência detalhada e personalizada. Máscaras faciais diferenciadas, essências variadas e cremes multifunção fizeram sucesso, incentivando rotinas de beleza de múltiplos passos.
Contudo, fatores como o alto custo de manutenção dessas rotinas, o surgimento de alternativas locais e a percepção de que muitos produtos não entregavam tudo o que prometiam contribuíram para a diminuição do interesse global. Outra característica desse movimento recente é o retorno às fórmulas mais naturais, livres de componentes industrializados ou artificiais. Assim, marcas de outros países passaram a valorizar ingredientes regionais, promovendo um novo ciclo de inovação.
Ainda vale investir em produtos de beleza coreanos em 2025?
Embora a febre mundial esteja em declínio, isso não significa o desaparecimento completo dos cosméticos coreanos do mercado. Eles ainda ocupam posição relevante graças à qualidade de alguns ativos e à tradição das marcas locais. Especialistas em beleza apontam que o atual cenário favorece escolhas mais conscientes e adaptadas às necessidades individuais, ao invés da adoção cega de tendências.
Consumidores em 2025 estão mais informados e costumam analisar de forma objetiva composição, origem e princípios ativos dos produtos antes da compra. Portanto, entre as escolhas de skincare, o importante passou a ser:
- Identificar ingredientes adequados à própria pele e objetivos pessoais;
- Prestar atenção ao impacto ambiental das embalagens e fórmulas;
- Acompanhar tendências locais, valorizando marcas nacionais ou regionais;
- Priorização de autoaceitação, ao invés de padrões universais impostos por modismos do mercado.
O K-beauty marcou uma geração e trouxe aprendizados valiosos ao setor, especialmente quanto à importância da inovação. Hoje, a variedade de opções ampliou o leque do consumidor, que pode aproveitar o melhor de diferentes tradições e tecnologias para montar sua rotina personalizada de cuidados. Assim, mesmo que a febre tenha perdido intensidade, o legado dos cosméticos coreanos permanece influenciando conversas, pesquisas e produtos ao redor do mundo em 2025.