Em maio de 2025, Paranaguá, no litoral do Paraná, passou a abrigar uma das maiores intervenções de arte urbana do Brasil. Uma ponte de 294 metros, que conecta o centro histórico à Ilha dos Valadares, foi completamente transformada por uma pintura de 1.500 metros quadrados, tornando-se um novo símbolo da cidade. O projeto, chamado de “Andada”, envolveu centenas de moradores e artistas, e rapidamente se destacou como um dos principais pontos turísticos e culturais da região.
O impacto da iniciativa foi imediato. Desde a inauguração da obra, em 1º de maio, o fluxo de visitantes aumentou consideravelmente, movimentando o comércio local e fortalecendo a identidade cultural de Paranaguá. A ponte, antes vista apenas como uma travessia funcional, ganhou vida com cores vibrantes e elementos inspirados na cultura caiçara, como caranguejos e manguezais, tornando-se um cenário frequente para fotos, eventos e manifestações artísticas.
Como surgiu a ponte mais colorida do mundo em Paranaguá?
A ideia de revitalizar a passarela partiu do coletivo Paranaguá Mais Cores, que reuniu cerca de 300 pessoas entre artistas, voluntários e moradores da cidade. O objetivo era requalificar o espaço, antes marcado por tons cinzentos, e criar um novo ponto de encontro para a população. O projeto foi viabilizado com apoio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), além de parcerias com empresas, órgãos públicos e organizações ambientais.
Durante o processo, foram realizados mutirões de pintura, inclusive à noite, para não prejudicar o tráfego de pedestres e ciclistas. A logística envolveu limpeza dos manguezais, uso de drones para acompanhamento dos desenhos e distribuição de refeições típicas, como o barreado, aos participantes. A escolha do feriado do Dia do Trabalhador para a finalização da obra reforçou o caráter comunitário e colaborativo da ação.
Quais os efeitos da intervenção artística no turismo e na economia local?
A ponte colorida rapidamente se consolidou como um dos principais atrativos turísticos de Paranaguá. O aumento no número de visitantes, especialmente de turistas internos, foi relatado por órgãos oficiais e entidades do setor. Esse novo fluxo beneficiou bares, restaurantes, lojas de artesanato e outros estabelecimentos, que registraram crescimento nas vendas desde a inauguração da pintura.
- Valorização do comércio local: O movimento de turistas gerou maior circulação de dinheiro na economia da cidade.
- Promoção da cultura regional: Elementos caiçaras presentes na arte fortaleceram a identidade local.
- Divulgação nas redes sociais: A ponte tornou-se cenário para fotos e vídeos, ampliando a visibilidade de Paranaguá.
Além do impacto econômico, a obra contribuiu para o resgate do orgulho dos moradores, que passaram a enxergar a ponte como um patrimônio cultural e símbolo de pertencimento.
A experiência pode inspirar outras cidades do litoral paranaense?
A transformação da ponte da Ilha dos Valadares abriu caminho para discussões sobre o potencial de intervenções artísticas em espaços públicos de outras cidades do litoral do Paraná. O sucesso do Projeto Andada demonstra que ações colaborativas, que unem arte, cultura e sustentabilidade, podem gerar benefícios imediatos e duradouros para a população e para o turismo regional.
- Reforço da identidade local através da arte urbana.
- Engajamento comunitário em projetos culturais.
- Valorização de espaços públicos antes subutilizados.
Paranaguá, fundada em 1648 e reconhecida por seu patrimônio histórico e natural, mostra que a integração entre arte e comunidade pode transformar paisagens urbanas e fortalecer o desenvolvimento sustentável. A ponte mais colorida do mundo, agora parte do cotidiano da cidade, representa não apenas uma obra de arte, mas também um marco de renovação cultural e social para o litoral paranaense.