O Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, na Indonésia, é um dos destinos mais procurados por aventureiros e turistas que buscam experiências em trilhas de vulcão. Nos últimos anos, a região tem chamado atenção não apenas pela beleza natural, mas também pelo número crescente de acidentes registrados durante as expedições. Em 2025, a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, trouxe novamente à tona os riscos associados à prática do trekking nesse local.
Segundo dados oficiais do Parque Nacional do Monte Rinjani, entre 2020 e 2025, foram contabilizados 180 acidentes e oito mortes na trilha do vulcão. O aumento das ocorrências, especialmente em 2024, levanta questões sobre a segurança dos visitantes e a preparação das equipes de resgate diante das adversidades do terreno e das condições climáticas da região.
Quais são os principais riscos na trilha do Monte Rinjani?
O percurso até o topo do Monte Rinjani é conhecido por sua complexidade. A trilha apresenta trechos íngremes, valas profundas e áreas de penhasco, tornando o trajeto desafiador até mesmo para caminhantes experientes. Além disso, mudanças climáticas repentinas, como neblina densa e chuvas intensas, podem dificultar a visibilidade e aumentar o risco de quedas e escorregões.
Outro fator relevante é a altitude, que pode causar desconfortos físicos, como fadiga e mal-estar, especialmente para quem não está acostumado a grandes altitudes. O acesso limitado a recursos básicos, como água potável e abrigo, também contribui para a vulnerabilidade dos turistas durante o percurso.
@renatotravels Um trecho da trilha do Monte Rinjani, onde a brasileira Juliana Marins caiu. Esse acidente já completa 72 horas, sem que ela tenha sido resgatada.
♬ som original – Renato Lopes
Como funcionam os resgates em áreas de difícil acesso na Indonésia?
Operações de resgate em regiões montanhosas, como o Monte Rinjani, envolvem uma série de desafios logísticos. No caso recente envolvendo a brasileira Juliana Marins, cerca de 48 pessoas participaram da tentativa de salvamento, utilizando técnicas de salvamento vertical. O terreno acidentado e as condições meteorológicas adversas, porém, dificultaram o avanço das equipes, que precisaram interromper as buscas em determinados momentos devido à segurança dos próprios socorristas.
- Equipes multidisciplinares: O resgate geralmente envolve bombeiros, guias locais e especialistas em salvamento em altura.
- Equipamentos específicos: Cordas, macas especiais e vestimentas apropriadas são essenciais para acessar áreas de difícil alcance.
- Tempo de resposta: As operações podem se estender por vários dias, dependendo das condições do clima e do terreno.
O que pode ser feito para aumentar a segurança dos turistas na Indonésia?
Com o aumento do fluxo de visitantes ao Monte Rinjani, medidas preventivas tornam-se cada vez mais necessárias. A orientação de profissionais especializados, o acompanhamento de guias experientes e o respeito às condições climáticas são fundamentais para minimizar os riscos. Além disso, a adoção de protocolos de segurança mais rigorosos por parte das empresas de turismo pode contribuir para a redução de acidentes.
- Realizar treinamentos regulares para guias e equipes de resgate.
- Fornecer informações detalhadas sobre os riscos e exigências físicas da trilha aos turistas.
- Monitorar as condições meteorológicas e suspender atividades em situações de risco.
- Garantir que todos os grupos estejam equipados com itens básicos de sobrevivência, como água, alimentos e agasalhos.
O caso de Juliana Marins reforça a importância de planejamento e cautela ao escolher trilhas em regiões de difícil acesso. O Monte Rinjani, apesar de ser um destino de grande apelo turístico, exige preparo físico, conhecimento prévio e atenção constante às orientações das autoridades locais. A busca por aventura deve sempre estar alinhada com a segurança e o respeito aos limites do ambiente natural.