O aumento significativo no número de acidentes de trânsito no Rio de Janeiro, especialmente envolvendo motociclistas, levou a prefeitura a implementar um plano abrangente para mitigar essa situação. Em 2024, o número de mortes no trânsito atingiu seu pico desde 2008, com 723 fatalidades registradas. O prefeito Eduardo Paes enfatizou a urgência de medidas para enfrentar o que chamou de “genocídio de motociclistas”.
Dados do Instituto de Segurança Pública revelam que, apenas no primeiro trimestre de 2025, 185 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito. A preocupação com a segurança dos motociclistas é justificada, já que 69% dos acidentes no período de janeiro de 2023 a abril de 2025 envolveram motos. O custo para o sistema de saúde também é elevado, com R$ 130 milhões gastos anualmente em cirurgias para vítimas de acidentes de moto.
Quais são as medidas propostas pela prefeitura?
O plano da prefeitura inclui várias medidas para aumentar a segurança dos motociclistas. Uma das principais ações é a limitação da velocidade das motos a 60 km/h em toda a cidade. Além disso, a partir de junho, a circulação de motos será restrita nas pistas centrais, começando pela Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. As motos deverão utilizar apenas as pistas laterais, e essa mudança será estendida para a Avenida das Américas e a Avenida Brasil.
Outro aspecto importante do plano é a colaboração com empresas de aplicativos de entrega e transporte. A prefeitura estabeleceu um protocolo de troca de informações e prevê o descredenciamento de profissionais que não cumprirem as regras de trânsito. Essa parceria visa promover um comportamento mais seguro entre os motociclistas que trabalham para essas plataformas.

Como a infraestrutura será adaptada para motociclistas?
A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) anunciou a expansão das motofaixas na cidade. Atualmente, existem motofaixas na Avenida Rei Pelé e em São Conrado. O plano é estender essas faixas para toda a Avenida das Américas, além de incluir a Rua Mário Ribeiro, Avenida Borges de Medeiros e Avenida Epitácio Pessoa. Até 2028, a previsão é de que a cidade conte com 300 km de motofaixas, abrangendo áreas como o Grande Méier, Grande Tijuca, Linha Amarela e Linha Vermelha.
O presidente da CET-Rio, Luiz Eduardo Oliveira, destacou que a implantação dessas mudanças será gradual, começando pela Avenida Presidente Vargas. Uma campanha de comunicação será realizada para informar e preparar a população para as novas regras.
Qual é o impacto esperado dessas medidas?
As ações propostas pela prefeitura visam reduzir significativamente o número de acidentes de moto e, consequentemente, as fatalidades. Com a limitação de velocidade e a restrição de circulação em pistas centrais, espera-se diminuir a gravidade dos acidentes. Além disso, a expansão das motofaixas proporcionará um espaço mais seguro para os motociclistas, separando-os do tráfego de veículos maiores.
A cooperação com empresas de aplicativos também é um passo importante para garantir que os motociclistas que trabalham nesses serviços sigam as normas de trânsito, contribuindo para um ambiente mais seguro nas ruas do Rio de Janeiro.