O município de Sydney anunciou uma decisão importante que impactará diretamente o setor de construção civil e a vida dos futuros moradores da região. A partir de 1º de janeiro de 2026, todos os novos imóveis residenciais erguidos na área administrativa da cidade deverão ser equipados exclusivamente com aparelhos elétricos para cozinhar e aquecer ambientes, deixando de lado o uso de gás. A medida foi aprovada por unanimidade durante uma reunião do conselho municipal, refletindo uma tendência crescente de transição energética em áreas urbanas australianas.
Além das residências, o conselho também propôs estender a restrição para edifícios comerciais, como escritórios, hotéis e apartamentos de serviço, a partir de 2027. A iniciativa busca promover alternativas mais sustentáveis e reduzir riscos à saúde, além de oferecer possíveis economias nas contas de energia dos moradores. Estima-se que a substituição dos aparelhos a gás por elétricos possa gerar uma economia anual de até 626 dólares australianos por residência.

Por que Sydney decidiu banir aparelhos a gás em novas residências?
A decisão de proibir o uso de gás em novas construções residenciais foi motivada por uma combinação de fatores ambientais, econômicos e de saúde pública. Estudos recentes indicam que o uso de fogões e aquecedores a gás pode elevar significativamente a concentração de dióxido de nitrogênio em ambientes internos, superando em até cinco vezes o limite considerado seguro para o ar externo na Austrália. Esse cenário acende um alerta para possíveis impactos negativos à saúde, especialmente em crianças e pessoas com problemas respiratórios.
Outro ponto levantado pelos conselheiros municipais é a necessidade de alinhar a cidade com metas de redução de emissões de carbono e estimular o uso de fontes de energia mais limpas. A eletrificação dos novos lares representa um passo estratégico nesse sentido, favorecendo a adoção de tecnologias modernas e mais eficientes.
Quais são os impactos para moradores e construtoras?
A implementação da proibição de aparelhos a gás em novas casas e apartamentos traz mudanças significativas para o setor imobiliário e para os futuros residentes. As construtoras precisarão adaptar projetos e orçamentos, priorizando sistemas elétricos para aquecimento de água, preparo de alimentos e climatização dos ambientes. Essa transição pode exigir investimentos iniciais maiores, mas a expectativa é de que os custos sejam compensados ao longo do tempo pela redução nas despesas com energia.
- Vantagens para os moradores:
- Redução de riscos associados a vazamentos de gás.
- Ambientes internos mais seguros e saudáveis.
- Economia potencial nas contas de energia.
- Desafios para o setor de construção:
- Necessidade de atualização de projetos arquitetônicos.
- Adaptação de fornecedores e profissionais às novas exigências.
- Gestão de custos durante o período de transição.
Outras cidades australianas também adotaram a medida?
Sydney não está sozinha nessa iniciativa. Até o momento, seis outros conselhos municipais australianos já implementaram restrições semelhantes ao uso de gás em novas construções residenciais. Entre eles estão Hornsby Shire, Lane Cove, City of Newcastle, Waverley, City of Parramatta e City of Canada Bay. Essas decisões refletem um movimento nacional em direção à eletrificação dos lares e à busca por soluções energéticas mais sustentáveis.
No entanto, o tema ainda é alvo de debates entre autoridades locais e o governo estadual de Nova Gales do Sul. Em 2023, o então premiê estadual Chris Minns optou por não adotar uma proibição em todo o estado, mantendo a autonomia dos municípios para decidir sobre o assunto. O governo estadual, inclusive, possui prerrogativa para anular decisões municipais, o que adiciona uma camada de complexidade à discussão.
O que muda para o futuro da construção civil em Sydney?
Com a entrada em vigor da nova regra, espera-se que a construção civil em Sydney passe por uma transformação significativa. A tendência é que projetos de novos empreendimentos priorizem soluções elétricas, desde a infraestrutura básica até os equipamentos instalados. Essa mudança pode estimular o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e a ampliação do uso de energias renováveis, como a solar, para abastecimento dos imóveis.
Ao adotar medidas que visam tanto a saúde pública quanto a sustentabilidade ambiental, Sydney se posiciona como referência em políticas urbanas inovadoras. A expectativa é que outras cidades acompanhem essa tendência nos próximos anos, contribuindo para a redução das emissões de gases poluentes e para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes.