Em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão da comercialização, distribuição e uso de determinados produtos lácteos da marca Natville. A medida foi tomada após a identificação de irregularidades durante inspeção do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), envolvendo lotes de leite UHT integral, leite UHT desnatado e soro de leite em pó parcialmente desmineralizado, todos fabricados pela Laticínios Santa Maria Ltda. A decisão teve como objetivo proteger a saúde dos consumidores e garantir a segurança alimentar no país.
Os produtos suspensos foram fabricados entre janeiro e maio de 2023, sem a devida autorização do órgão competente. Além disso, apresentavam informações incorretas nos rótulos, como a indicação de uma filial diferente como responsável pela produção. As inspeções também constataram falhas nas condições de higiene e ausência de controles de qualidade essenciais para a segurança dos alimentos. Diante dessas constatações, a Anvisa reforçou a importância da fiscalização rigorosa no setor de alimentos de origem animal.

Quais produtos da Natville foram suspensos pela Anvisa?
A suspensão abrangeu três produtos principais da marca Natville: leite UHT integral de 1 litro, leite UHT desnatado de 1 litro e soro de leite em pó parcialmente desmineralizado 40% em embalagens de 25 kg. Todos esses itens foram produzidos pela Laticínios Santa Maria Ltda., identificados pelos registros SIF 549 e SIF 2669. Os consumidores que adquiriram esses produtos são orientados a verificar as informações nos rótulos e, caso identifiquem algum dos lotes afetados, buscar orientações junto ao Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa para procedimentos de recolhimento.
Como funciona a fiscalização de produtos de origem animal?
A fiscalização de alimentos de origem animal no Brasil é realizada de forma conjunta pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). O Ministério é responsável pelo acompanhamento das condições de produção e processamento nas indústrias, enquanto o SNVS atua na etapa de comercialização e distribuição dos produtos. Essa divisão de atribuições é regulamentada pela legislação vigente, como a Lei 1.283/1950, que estabelece normas para a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal.
Durante as inspeções, são avaliados diversos aspectos, incluindo higiene das instalações, controle de qualidade, rotulagem correta e conformidade com padrões sanitários. Caso sejam identificadas irregularidades, podem ser adotadas medidas como suspensão da comercialização, recolhimento dos produtos e aplicação de sanções administrativas. O objetivo é garantir que apenas alimentos seguros e devidamente inspecionados cheguem ao consumidor final.
O que é o recolhimento de alimentos e como ele protege o consumidor?
O recolhimento de alimentos é um procedimento fundamental para a proteção da saúde pública. Ele consiste na retirada do mercado de produtos que possam apresentar riscos à saúde dos consumidores, seja por contaminação, falhas na rotulagem ou outros problemas sanitários. Existem dois tipos principais de recolhimento: o voluntário, realizado pela própria empresa ao identificar um risco, e o determinado, imposto pela Anvisa quando a empresa não adota as medidas necessárias.
- Recolhimento voluntário: Iniciado pela empresa ao identificar problemas que possam afetar a segurança do alimento.
- Recolhimento determinado: Exigido pela Anvisa em situações em que a empresa não age de forma adequada para proteger o consumidor.
No caso dos produtos Natville, a Laticínios Santa Maria Ltda. iniciou o recolhimento voluntário dos lotes afetados, seguindo as orientações da RDC 655/2022, que regula o processo de recolhimento e comunicação com consumidores e autoridades.
Quais medidas preventivas podem ser adotadas para evitar novos casos?
Para reduzir o risco de novos episódios semelhantes, é essencial que as empresas do setor alimentício adotem práticas rigorosas de controle de qualidade e higiene. Entre as principais ações preventivas estão:
- Garantir a produção em ambientes adequados e devidamente autorizados pelos órgãos competentes.
- Realizar inspeções internas frequentes para identificar possíveis falhas nos processos.
- Manter a rotulagem clara, precisa e em conformidade com as normas sanitárias.
- Promover treinamentos periódicos para os colaboradores sobre boas práticas de fabricação.
- Estabelecer canais de comunicação eficientes com consumidores e autoridades para rápida resposta em caso de incidentes.
Consumidores atentos podem acompanhar as atualizações da Anvisa e consultar listas de produtos irregulares para se manterem informados sobre possíveis riscos. A colaboração entre empresas, órgãos reguladores e consumidores é fundamental para fortalecer a segurança alimentar no Brasil.