O pirarucu, considerado um dos maiores peixes de água doce do mundo, é uma espécie emblemática da Amazônia brasileira. Com sua coloração avermelhada e porte impressionante, pode atingir até três metros de comprimento e pesar cerca de 250 quilos. A carne firme e saborosa do pirarucu é amplamente apreciada na culinária regional, enquanto sua pele, escamas e ossos também são aproveitados em diferentes segmentos, desde a moda até a produção de artesanato.
Durante décadas, a pesca predatória ameaçou a sobrevivência do pirarucu, levando a uma redução significativa de sua população. A partir dos anos 2000, iniciativas de manejo sustentável e proteção ambiental, envolvendo comunidades ribeirinhas, organizações não governamentais e órgãos públicos, passaram a ser implementadas. Essas ações permitiram a recuperação dos estoques do peixe e proporcionaram alternativas econômicas para as populações locais.
Como funciona o manejo sustentável da iguaria?
O manejo sustentável do pirarucu é baseado em regras rígidas que visam garantir a preservação da espécie e o equilíbrio do ecossistema amazônico. Entre as principais medidas adotadas estão a delimitação de áreas protegidas para a pesca, a restrição do período de captura entre junho e novembro e o limite de retirada de até 30% dos peixes adultos por ciclo. Essas práticas são monitoradas por associações de produtores e órgãos ambientais, assegurando que apenas exemplares autorizados sejam comercializados.
Além da proteção ambiental, o manejo sustentável contribui para a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida das comunidades envolvidas. O beneficiamento do pirarucu ocorre próximo aos locais de pesca, onde o peixe é limpo, eviscerado e refrigerado antes de ser transportado para centros urbanos. A rastreabilidade e a certificação dos produtos são fundamentais para garantir a procedência e a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Quais são os principais usos da iguaria?
O pirarucu é conhecido por sua versatilidade. Na gastronomia, é utilizado em pratos típicos como o pirarucu à casaca, caldeiradas, grelhados e ceviches. A carne branca e de textura firme lembra a do bacalhau, motivo pelo qual o peixe é chamado de “bacalhau da Amazônia”. Além do consumo in natura, o pirarucu pode ser conservado salgado e seco, facilitando o armazenamento durante o período de defeso.
- Carne: Utilizada em receitas regionais e contemporâneas.
- Pele: Matéria-prima para bolsas, sapatos, cintos e objetos de design.
- Escamas: Empregadas em artesanato e pesquisas para novos materiais.
- Ossos: Transformados em farinha para alimentação animal.
- Língua: Após seca, pode ser usada como ralador.
O aproveitamento integral do pirarucu valoriza a cadeia produtiva e incentiva a inovação em diferentes setores, promovendo a sustentabilidade e o desenvolvimento regional.
Por que a iguaria é importante para a Amazônia?
O pirarucu desempenha um papel fundamental na cultura, economia e biodiversidade da Amazônia. Além de ser fonte de alimento e renda para milhares de famílias ribeirinhas, o peixe contribui para a manutenção dos ecossistemas aquáticos, pois sua presença está relacionada ao equilíbrio das cadeias alimentares locais. O manejo sustentável do pirarucu também serve como modelo para a conservação de outras espécies e para o fortalecimento da bioeconomia amazônica.
Projetos coletivos, como o Gosto da Amazônia, têm se destacado na promoção do pirarucu de manejo, conectando produtores a mercados consumidores em grandes cidades brasileiras. Chefs renomados, pesquisadores e empreendedores colaboram para ampliar o reconhecimento do peixe e estimular práticas responsáveis de produção e consumo.
Receita de ceviche de pirarucu
O ceviche de pirarucu é uma das formas mais apreciadas de saborear o peixe. A seguir, confira um passo a passo simples para preparar essa iguaria:
- Corte 150 gramas de lombo de pirarucu em fatias finas e reserve em uma tigela com gelo.
- Fatie uma cebola roxa e duas pimentas (uma dedo-de-moça e uma de cheiro) em tiras finas.
- Em uma tigela, misture 150 ml de tucupi amarelo, suco de meio limão, 10 ml de mel, azeite, sal e pimenta-do-reino a gosto.
- Adicione as cebolas e as pimentas à mistura e envolva o peixe delicadamente.
- Sirva com coentro fresco, tapioca flocada e, se desejar, um vinagrete de feijão manteiguinha.
O pirarucu, símbolo da Amazônia, representa não apenas um recurso alimentar, mas também um exemplo de como a integração entre conservação ambiental e desenvolvimento sustentável pode gerar benefícios para a natureza e para as pessoas. O consumo consciente e a valorização dos produtos regionais são caminhos para garantir a preservação dessa espécie e de todo o bioma amazônico.
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