O uso do celular ao volante tornou-se um dos maiores desafios para a segurança viária no Brasil. Com a popularização dos smartphones, motoristas de todas as idades passaram a lidar com distrações constantes enquanto dirigem. Essa prática, além de perigosa, agora é considerada uma infração gravíssima, refletindo a preocupação das autoridades com o aumento dos acidentes de trânsito relacionados à distração.
Dados recentes apontam que a utilização do telefone celular durante a condução do veículo está entre as principais causas de colisões e atropelamentos nas vias urbanas e rodovias. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) têm reforçado campanhas de conscientização, destacando que o simples ato de olhar para a tela pode ser suficiente para provocar situações de risco.
Por que o uso do celular ao volante é tão perigoso?
Estudos mostram que a atenção do motorista é significativamente reduzida quando ele utiliza o celular, seja para fazer ligações, enviar mensagens ou acessar aplicativos. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o tempo médio de distração ao manusear o aparelho pode chegar a cinco segundos. Em uma velocidade de 60 km/h, isso equivale a percorrer cerca de 83 metros sem olhar para a via, aumentando drasticamente as chances de acidentes.
Além disso, a distração causada pelo celular não se limita apenas ao momento em que o motorista está digitando ou falando. A expectativa de receber notificações e a necessidade de responder rapidamente também contribuem para a perda de foco. Essa combinação de fatores faz com que o uso do celular ao volante seja comparado, em termos de risco, à condução sob efeito de álcool.
Como a legislação brasileira trata o uso do celular ao volante?
Em 2025, a legislação de trânsito brasileira passou por mudanças importantes para coibir o uso do celular enquanto se dirige. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classificou essa conduta como infração gravíssima, sujeita a multa elevada e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O objetivo é desencorajar o comportamento e reduzir o número de ocorrências causadas por distração.
- Multa: O valor da penalidade pode ultrapassar R$ 293,47, podendo ser multiplicado em casos de reincidência.
- Pontuação: Sete pontos adicionados à CNH do condutor.
- Fiscalização: O uso de câmeras e operações de trânsito tem sido intensificado para flagrar motoristas infratores.
Essas medidas refletem o entendimento de que a tecnologia, apesar de facilitar a comunicação, não pode comprometer a segurança no trânsito. O endurecimento das regras busca criar um ambiente mais seguro para todos os usuários das vias.

Quais são as melhores práticas para evitar acidentes relacionados ao celular?
Especialistas em segurança viária recomendam algumas ações simples para evitar a tentação de usar o celular enquanto dirige. Adotar essas práticas pode contribuir para a redução dos índices de acidentes e preservar vidas.
- Desative notificações: Antes de iniciar o trajeto, coloque o aparelho no modo silencioso ou “não perturbe”.
- Utilize suportes adequados: Caso seja necessário usar aplicativos de navegação, opte por suportes que mantenham o celular fixo e em local visível, sem a necessidade de manuseio.
- Estacione para utilizar o celular: Se precisar atender uma ligação ou responder mensagens, pare o veículo em local seguro.
- Informe familiares e amigos: Avise que estará dirigindo e não poderá responder imediatamente.
- Prefira tecnologias de comando de voz: Muitos veículos e smartphones oferecem recursos que permitem atender chamadas ou enviar mensagens sem tirar as mãos do volante.
O respeito às normas de trânsito e a adoção de comportamentos responsáveis são fundamentais para a segurança de motoristas, passageiros e pedestres. O combate ao uso do celular ao volante depende tanto da fiscalização quanto da conscientização individual.
O que revelam os dados sobre acidentes causados por celular ao volante?
Levantamentos realizados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária indicam que, em 2024, cerca de 20% dos acidentes registrados nas cidades brasileiras tiveram como causa principal a distração do condutor, sendo o uso do celular o fator mais recorrente. Estima-se que, a cada hora, dezenas de ocorrências estejam relacionadas ao manuseio do aparelho durante a condução.
Esses números reforçam a necessidade de ações contínuas de educação e fiscalização. Campanhas de conscientização, aliadas ao rigor da legislação, têm o potencial de modificar comportamentos e salvar vidas. O desafio permanece em equilibrar o avanço tecnológico com a responsabilidade no trânsito, promovendo uma convivência mais segura entre todos os cidadãos.