Ali Shamkhani foi uma figura central na política de segurança e diplomacia do Irã nas últimas décadas. Conhecido por sua atuação como assessor do líder supremo Ali Khamenei, Shamkhani desempenhou papéis estratégicos em momentos decisivos para o país, especialmente em negociações internacionais e na condução da política externa iraniana. Sua morte, ocorrida em 2025, um dia após ataques de Israel, marca o fim de uma trajetória de influência no cenário político do Oriente Médio.
Durante mais de dez anos, Shamkhani esteve à frente do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, coordenando decisões cruciais sobre defesa e relações exteriores. Antes disso, ocupou cargos de destaque no Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e no Ministério da Defesa, consolidando-se como uma das principais autoridades em temas de segurança nacional. Sua experiência e conhecimento o tornaram uma referência tanto para aliados quanto para adversários.
Iran posted this video to show the world how powerful they are.
— Israel Defense Forces (@IDF) June 14, 2025
We showed the world what happens when you mistake propaganda for strength.
The Iranian Chief of Staff and Commander of the IRGC featured in this Iranian propaganda video have been eliminated and the site has been… pic.twitter.com/LyavG6W2Jk
Qual foi o papel de Ali Shamkhani nas negociações diplomáticas do Irã?
Shamkhani ganhou notoriedade internacional ao liderar as negociações que resultaram no restabelecimento das relações diplomáticas entre Irã e Arábia Saudita, dois países historicamente rivais. O acordo, mediado pela China, foi considerado um marco para a estabilidade regional, pois encerrou anos de hostilidade e abriu caminho para novas parcerias no Oriente Médio. Como representante de Teerã, Shamkhani demonstrou habilidade em dialogar com diferentes atores, inclusive com autoridades ocidentais.
Além do papel diplomático, Shamkhani também esteve envolvido em discussões sobre o programa nuclear iraniano. Em 2023, pouco antes de ser substituído no cargo de chefe de segurança nacional, ele alertou sobre possíveis medidas do Irã caso o país se sentisse ameaçado, incluindo a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essas declarações evidenciam sua postura firme na defesa dos interesses iranianos em fóruns internacionais.
Quais cargos Ali Shamkhani ocupou ao longo de sua carreira?
Ao longo de sua trajetória, Shamkhani acumulou funções de destaque em diferentes áreas do governo iraniano. Entre os principais cargos, destacam-se:
- Chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional – Responsável por coordenar as políticas de defesa e segurança do país.
- Ministro da Defesa – Atuou na modernização das Forças Armadas e na formulação de estratégias militares.
- Membro do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) – Participou de operações e missões estratégicas dentro e fora do Irã.
- Assessor do líder supremo Ali Khamenei – Ofereceu conselhos sobre temas sensíveis de política interna e externa.
Além disso, Shamkhani chegou a concorrer à presidência do Irã em 2001, demonstrando ambições políticas que, segundo analistas, podem ter influenciado sua substituição em 2023. Mesmo após deixar cargos executivos, continuou próximo ao núcleo decisório do governo, participando de negociações e orientando a política externa.
Como a morte de Ali Shamkhani impacta a política no Irã?
A ausência de Shamkhani deixa uma lacuna significativa na estrutura de segurança e diplomacia do Irã. Sua experiência em negociações complexas e sua capacidade de articulação com diferentes setores do governo eram vistas como ativos importantes para o país. Especialistas apontam que sua morte pode gerar mudanças na condução das relações exteriores, especialmente em um momento de tensões com Israel e de retomada das conversas nucleares com potências mundiais.
O legado de Shamkhani é marcado pela busca de estabilidade regional e pela defesa dos interesses iranianos em um contexto de desafios constantes. Sua atuação, tanto em cargos militares quanto diplomáticos, contribuiu para moldar a política externa do Irã nas últimas décadas. Agora, a sucessão de lideranças e a continuidade das estratégias adotadas serão pontos de atenção para observadores internacionais e para os próprios iranianos.
