Na rica culinária paraense, a Ilha do Marajó se destaca não apenas pelo famoso queijo de búfala, mas também por uma iguaria exótica e intrigante: o turu. Este molusco, que habita os troncos de árvores caídas nos manguezais, é parte da família dos teredinídeos e tem despertado a curiosidade de muitos. Com uma aparência peculiar, o turu é um prato consumido de diversas formas, desde cru, temperado com limão e sal, até em pratos mais elaborados como o caldo de turu.
O turu é mais do que um simples alimento; ele é um elemento cultural e econômico importante para as comunidades marajoaras. Famílias que vivem da prática ecoturística são responsáveis pela coleta e preparo desse molusco, utilizando técnicas tradicionais que garantem a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente. A coleta é feita na maré baixa, em áreas protegidas por reservas extrativistas, sob a supervisão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Que prato é esse?
O turu é um molusco considerado afrodisíaco, com um corpo que pode variar de 10 centímetros a mais de 1 metro de comprimento, dependendo de sua idade. Ele é encontrado dentro de troncos de árvores que caem naturalmente nos manguezais. A coleta do turu é uma atividade que não requer a derrubada de árvores, respeitando assim os ciclos naturais do ecossistema.
Na culinária, o turu pode ser consumido cru, com um simples tempero de limão e sal, ou em pratos mais elaborados. O caldo de turu, por exemplo, é uma receita tradicional que inclui o líquido leitoso liberado pelo molusco, cebola, alho, pimentão, tomate, pimenta-de-cheiro, cheiro-verde, sal e algumas gotas de limão. Este prato é um verdadeiro deleite para os amantes da gastronomia exótica.

Por que o Turu é considerado afrodisíaco?
O turu é frequentemente associado a propriedades afrodisíacas, uma crença que tem raízes na cultura local. Embora não haja comprovação científica robusta sobre seus efeitos, o consumo do turu é tradicionalmente ligado a um aumento da vitalidade e energia. Essa reputação contribui para a popularidade do molusco, atraindo tanto turistas quanto moradores locais em busca de seus supostos benefícios.
É feito com o quê?
A coleta do turu é uma atividade que sustenta muitas famílias na Ilha do Marajó. As técnicas utilizadas para abrir os troncos e extrair o molusco são passadas de geração em geração, garantindo a continuidade dessa prática cultural. Além de fomentar a economia local, a coleta do turu promove o turismo sustentável, atraindo visitantes interessados em vivenciar a cultura e a gastronomia marajoara.
O manejo sustentável do turu é essencial para a preservação dos manguezais e para a continuidade dessa prática. As reservas extrativistas, onde a coleta é permitida, são áreas protegidas que asseguram o equilíbrio entre a exploração dos recursos naturais e a conservação ambiental. Dessa forma, o turu não é apenas um alimento, mas também um símbolo de sustentabilidade e respeito à natureza.
@vazaonde A comida mais exótica do Brasil , o Turu na ilha do Marajó no estado do Pará. #ilhademarajo #pará ♬ som original – Marcos Vaz
Curiosidades sobre o prato
- O turu pode viver de 90 a 100 anos, alcançando até 40 metros de comprimento.
- A coleta é feita exclusivamente na maré baixa, garantindo a segurança dos coletores e a preservação do habitat natural.
- O turu é um dos poucos moluscos que habitam troncos de árvores, tornando-o único em seu ecossistema.
- O sabor do turu é descrito como suave e levemente salgado, uma experiência gastronômica única para os aventureiros do paladar.
O turu é, sem dúvida, uma iguaria que representa a riqueza cultural e natural da Ilha do Marajó. Sua coleta e consumo são exemplos de como a tradição e a sustentabilidade podem caminhar juntas, promovendo o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.