O setor bancário no Reino Unido está passando por uma transformação significativa, com um número crescente de agências físicas sendo fechadas. Recentemente, o Santander anunciou o fechamento de 23 agências em junho de 2025, refletindo uma tendência contínua de migração para serviços bancários digitais. Essa mudança está sendo impulsionada pela preferência dos clientes por gerenciar suas finanças por meio de plataformas móveis, online e por telefone, em vez de visitar agências físicas.
Desde 2015, mais de 6.300 agências bancárias e de sociedades de crédito imobiliário fecharam suas portas no Reino Unido, segundo o grupo de consumidores Which?. Essa média de 53 fechamentos mensais ao longo da última década tem transformado o cenário das ruas comerciais em todo o país, com muitas comunidades perdendo suas últimas agências bancárias.

Quais são as implicações dos fechamentos de agências?
O fechamento de agências bancárias tem várias implicações para as comunidades locais e para o setor bancário como um todo. A redução no número de locais físicos altera a paisagem das ruas comerciais e pode impactar negativamente o acesso de alguns clientes aos serviços bancários. O Santander, por exemplo, está não apenas fechando agências, mas também reduzindo o horário de funcionamento de algumas e convertendo outras em formatos sem balcão.
Essas mudanças refletem a resposta do banco às preferências dos clientes, que estão cada vez mais inclinados a utilizar serviços digitais. No entanto, isso levanta preocupações sobre a inclusão financeira, especialmente para aqueles que não têm acesso fácil à tecnologia ou que preferem interações presenciais.
Como as comunidades estão se adaptando?
Em resposta ao fechamento das agências, foram estabelecidos centenas de “Banking Hubs” em todo o Reino Unido. Esses hubs oferecem serviços bancários essenciais, independentemente do banco que o cliente utiliza, criando uma instalação compartilhada para as comunidades afetadas pelos fechamentos. Isso proporciona uma alternativa para aqueles que ainda preferem ou necessitam de serviços bancários presenciais.
Além disso, há um movimento crescente de organizações de caridade que defendem a proteção dos serviços bancários presenciais. Elas alertam que a transição digital pode deixar para trás pessoas vulneráveis, como os idosos, que podem ter dificuldades em gerenciar suas finanças online.
Qual é o futuro dos serviços bancários no Reino Unido?
Apesar do crescimento dos serviços bancários digitais, a necessidade de manter espaços físicos para transações presenciais ainda é uma realidade para muitos. A pesquisa da Age UK destaca que mais de quatro milhões de britânicos mais velhos não gerenciam suas finanças online, dependendo das agências físicas para acessar serviços financeiros essenciais.
Caroline Abrahams, diretora de caridade da Age UK, enfatiza a importância de manter esses espaços físicos, afirmando que o desaparecimento do atendimento presencial pode excluir uma parte significativa da população idosa de um serviço essencial, dificultando a gestão de suas finanças e a manutenção de sua independência.
À medida que o setor bancário continua a evoluir, será crucial encontrar um equilíbrio entre a inovação digital e a inclusão financeira, garantindo que todos os clientes tenham acesso aos serviços de que precisam.