Nos últimos anos, o uso de patinetes elétricos tem crescido significativamente nas cidades, oferecendo uma alternativa prática e sustentável para a mobilidade urbana. No entanto, esse aumento também trouxe preocupações sobre a segurança nas vias, uma vez que a convivência entre diferentes tipos de veículos nem sempre é harmoniosa. A falta de dados concretos sobre o número de acidentes envolvendo patinetes elétricos dificulta a implementação de políticas públicas eficazes para mitigar riscos.
Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), destaca a necessidade de conscientização sobre o uso adequado desses veículos. Ele aponta que muitos usuários não compreendem as diferenças entre veículos autopropelidos e ciclomotores, o que pode levar a comportamentos inadequados no trânsito. Enquanto os patinetes elétricos têm uma velocidade máxima de 32 km/h e não exigem habilitação, os ciclomotores, por serem mais rápidos, requerem emplacamento e habilitação específica.
Quais são os desafios enfrentados pelos patinetes elétricos nas vias?
Um dos principais desafios é a falta de infraestrutura adequada para o uso seguro de patinetes elétricos. Muitas vezes, esses veículos são vistos em vias destinadas a carros, enquanto ciclomotores circulam em ciclovias, contrariando a legislação vigente. A ausência de estatísticas oficiais sobre acidentes envolvendo patinetes elétricos torna difícil avaliar a real dimensão do problema, embora relatos e imagens de sinistros sejam comuns nas redes sociais.
Casos trágicos, como o de um homem que perdeu a vida ao cair de um patinete elétrico em Paranaguá, ilustram a gravidade da situação. Guimarães enfatiza a urgência de investir em estudos e levantamentos que subsidiem políticas públicas eficazes, além de criar infraestruturas mais seguras para todos os tipos de veículos.

Como melhorar a segurança no uso de patinetes elétricos?
A educação no trânsito é um aspecto crucial para melhorar a segurança. Veículos maiores e mais rápidos devem adotar precauções para proteger os mais leves e os pedestres. No entanto, a fiscalização de veículos não motorizados ainda é um desafio, já que o Código de Trânsito Brasileiro prevê infrações para ciclistas e pedestres, mas a aplicação dessas regras é limitada.
Enquanto políticas públicas mais robustas não são implementadas, cabe aos usuários dos patinetes elétricos adotar práticas seguras. Respeitar a velocidade máxima de 32 km/h e utilizar equipamentos de proteção, como capacetes, são medidas essenciais para reduzir riscos. Guimarães ressalta que as rodas menores dos patinetes aumentam a vulnerabilidade dos condutores em altas velocidades.
Qual é o papel da tecnologia na segurança dos patinetes elétricos?
A tecnologia pode desempenhar um papel significativo na melhoria da segurança dos patinetes elétricos. Soluções como inteligência artificial (IA) podem ser utilizadas para monitorar o comportamento dos usuários e identificar áreas de risco nas cidades. Além disso, sistemas de geolocalização podem ajudar a garantir que os patinetes sejam utilizados apenas em áreas apropriadas, evitando o uso indevido em vias de alta velocidade.
Em suma, o aumento do uso de patinetes elétricos nas cidades requer uma abordagem multifacetada para garantir a segurança de todos os usuários das vias. Investimentos em infraestrutura, educação no trânsito e tecnologia são fundamentais para criar um ambiente urbano mais seguro e sustentável.