Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo na atuação de empresas que oferecem serviços de intermediação para a emissão de passaportes no Brasil. Essas empresas se apresentam como consultorias, mas, na prática, apenas coletam dados pessoais dos clientes e os utilizam para preencher formulários no site oficial da Polícia Federal (PF). Esse tipo de serviço tem gerado confusão e prejuízos financeiros para muitos cidadãos.
A prática de intermediação tem levado pessoas a acreditarem que estão pagando a taxa oficial de emissão do passaporte, quando, na verdade, estão apenas pagando pelo serviço do intermediário. A taxa oficial, que é de R$ 257,25, é cobrada diretamente pela Polícia Federal. Entretanto, muitos acabam pagando valores adicionais a essas empresas, acreditando que estão cumprindo com todas as obrigações necessárias para a obtenção do documento.

Como a polícia federal está reagindo ao golpe do passaporte?
A Polícia Federal tem recebido diversas queixas de cidadãos que foram induzidos a erro por essas empresas intermediárias. Em resposta, a instituição declarou que está monitorando a atuação dessas empresas e que tomará medidas cabíveis caso sejam identificadas práticas ilícitas. A PF também orienta a população a utilizar exclusivamente os canais oficiais para agendamentos e pagamentos relacionados à emissão de passaportes.
Além disso, a Polícia Federal alerta sobre os riscos de compartilhar dados pessoais e documentos com terceiros. A recomendação é que os cidadãos evitem intermediários e realizem todo o processo diretamente nos sites governamentais, que são os únicos autorizados a realizar a emissão de passaportes.
Por que os sites de intermediação estão no topo das buscas?
Um dos fatores que contribuem para a confusão dos usuários é a forma como os resultados de busca são apresentados no Google. Ao buscar por termos como “tirar passaporte” ou “agendar passaporte”, muitos usuários se deparam com sites patrocinados no topo dos resultados. Esses sites, muitas vezes, pertencem a empresas de intermediação que cobram taxas adicionais pelos seus serviços.
O Google, por sua vez, afirma que possui políticas para determinar quais conteúdos podem ser anunciados, mas não respondeu especificamente sobre a questão dos sites de intermediação de passaportes. A empresa continua a trabalhar para aperfeiçoar suas políticas de anúncios, mas o problema persiste, colocando os sites governamentais em posições inferiores nos resultados de busca.
Quais são as consequências para os consumidores?
Os consumidores que utilizam os serviços dessas empresas muitas vezes enfrentam dificuldades para obter reembolsos, mesmo quando percebem o erro rapidamente. Reclamações sobre essas práticas são comuns em plataformas como o ReclameAqui, onde usuários relatam a cobrança de taxas por serviços que não foram devidamente explicados.
Um exemplo é a empresa AWF Serviços, que recebeu diversas reclamações nos últimos meses. A empresa alega oferecer serviços como preenchimento de formulários e agendamentos, mas muitos consumidores afirmam que foram levados a erro e que não conseguiram reaver o dinheiro pago.
Como evitar problemas ao solicitar um passaporte?
Para evitar problemas, é essencial que os cidadãos utilizem apenas os canais oficiais da Polícia Federal para a emissão de passaportes. Isso inclui acessar diretamente o site do governo e seguir as instruções para o preenchimento de formulários e pagamento da taxa oficial. Evitar intermediários não só garante que o processo seja mais seguro, como também evita gastos desnecessários.
Além disso, é importante estar atento aos resultados de busca e verificar se o site acessado é realmente o oficial. A Polícia Federal e outros órgãos governamentais estão empenhados em esclarecer a população sobre esses riscos, mas a atenção individual continua sendo a melhor defesa contra fraudes e práticas enganosas.