A fertilização in vitro (FIV) tem se tornado uma solução viável para casais que enfrentam dificuldades para conceber naturalmente. Este procedimento médico complexo oferece uma nova esperança, especialmente para mulheres em idade avançada que desejam a gestação. A história de Carmelina Alves Albino, que aos 62 anos está grávida, ilustra como a FIV pode desafiar as limitações biológicas e realizar sonhos familiares.
Carmelina e seu marido, Jefferson Albino, já têm cinco filhos e nove netos. Após várias tentativas frustradas de engravidar novamente, o casal decidiu tentar a FIV mais uma vez, motivados por uma revelação espiritual. Agora, eles aguardam ansiosamente a chegada de sua filha, Miriã, prevista para nascer em novembro, coincidindo com o aniversário de 63 anos de Carmelina.
De que maneira a FIV é realizada?
A fertilização in vitro é um processo que envolve a manipulação dos gametas fora do corpo da mulher. O especialista em reprodução humana, Dr. Lister Salgueiro, explica que o procedimento começa com a simulação de um ciclo menstrual. Os hormônios são administrados para estimular a ovulação, permitindo a coleta dos óvulos. Em seguida, o espermatozoide é injetado diretamente no óvulo, formando embriões que são posteriormente transferidos para o útero.
Este método tem sido uma opção popular para mulheres acima dos 40 anos, que representam cerca de 60% das pacientes na clínica de Sorocaba, onde Carmelina realizou o procedimento. A idade avançada geralmente aumenta os riscos associados à gravidez, mas a utilização de óvulos doados pode mitigar alguns desses riscos.

Que riscos envolvem a gestação tardia?
Gravidezes em idade avançada, como a de Carmelina, requerem cuidados especiais devido aos riscos aumentados de complicações, como diabetes gestacional e alterações genéticas. O Dr. Salgueiro enfatiza a importância de um monitoramento rigoroso, incluindo o controle diário de peso, pressão arterial e glicemia. Além disso, a alimentação balanceada e o acompanhamento médico constante são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê.
Outro risco significativo é a maior probabilidade de alterações genéticas, como a Síndrome de Down. No entanto, quando a fertilização é realizada com óvulos doados, o risco é consideravelmente reduzido. A legislação brasileira não impõe um limite de idade para a FIV, mas exige que a mulher esteja em boas condições de saúde e que o útero esteja livre de alterações que possam comprometer a gestação.
Os efeitos emocionais e sociais da FIV
A decisão de realizar a FIV não é apenas médica, mas também emocional e social. Para Carmelina e Jefferson, a expectativa pela chegada de Miriã trouxe uma nova dinâmica familiar, unindo ainda mais os membros da família. O apoio emocional é crucial durante todo o processo, desde a decisão inicial até o nascimento do bebê.
Além disso, a FIV levanta questões éticas e sociais, especialmente em casos de gravidez tardia. A sociedade ainda debate os limites da intervenção médica na reprodução humana, mas histórias como a de Carmelina destacam o potencial transformador da FIV, oferecendo esperança e novas possibilidades para muitas famílias.