Nos últimos anos, o Brasil tem visto um aumento nos crimes digitais, com destaque para o golpe do “Pix errado”. Essa fraude se aproveita da confiança dos usuários no sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, e da rapidez com que as transações são realizadas. Os golpistas utilizam uma estratégia simples, mas eficaz, para enganar as vítimas e obter ganhos financeiros.
O golpe começa quando os criminosos transferem uma quantia para a conta da vítima e, em seguida, entram em contato alegando que a transferência foi um erro. Eles pedem que o valor seja devolvido, mas para uma chave Pix diferente da que fez a transferência original. Essa manobra faz com que a vítima, ao tentar corrigir o suposto erro, acabe caindo em uma armadilha bem planejada.
Por que o golpe do Pix é tão eficaz?
A eficácia desse golpe está na combinação de agilidade e confiança. O sistema Pix permite que transações sejam realizadas em segundos, o que pode levar os usuários a agirem rapidamente, sem verificar todos os detalhes. Além disso, a abordagem dos golpistas é feita de maneira a parecer um erro genuíno, explorando a boa fé das pessoas.
De acordo com dados recentes, o número de solicitações de devolução por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED) tem aumentado, refletindo a necessidade de maior cautela por parte dos usuários. O MED é uma ferramenta criada para permitir o estorno de valores em casos de fraude, mas os golpistas têm encontrado maneiras de se beneficiar dele.

Como os criminosos manipulam as vítimas?
Os golpistas são hábeis em criar um senso de urgência e manipular emoções como culpa e empatia. Muitas vezes, eles se passam por representantes de empresas ou instituições conhecidas, aumentando a credibilidade do pedido de devolução. Em alguns casos, criam perfis falsos em redes sociais para se aproximar das vítimas, simulando ser amigos ou familiares.
Para se proteger, é importante desconfiar de qualquer solicitação de devolução que envolva uma chave Pix diferente da original. Especialistas recomendam que, em caso de dúvida, os usuários não realizem a transferência e verifiquem a situação diretamente com o banco.
Medidas de proteção e ações em caso de fraude
Se uma pessoa suspeitar que caiu no golpe do Pix, é crucial agir rapidamente. Registrar um Boletim de Ocorrência e entrar em contato com o banco são passos essenciais. Além disso, é importante reunir todas as informações possíveis sobre a transação e o golpista, como dados da conta e registros de comunicação.
Entidades como a Febraban e o Banco Central oferecem orientações para evitar fraudes e incentivam o uso dos canais oficiais dos bancos para qualquer devolução. Iniciativas de combate à desinformação, como o Comprova e outras agências de verificação, também são recursos valiosos para identificar e denunciar fraudes digitais.