A paixão por carros modificados é um fenômeno que transcende gerações e culturas. Para muitos entusiastas, essa prática vai além de uma simples alteração estética ou de desempenho; é uma forma de expressão pessoal e uma maneira de se conectar com uma comunidade que compartilha o mesmo interesse. Juliano Ribeiro, de 48 anos, é um exemplo vivo dessa paixão, que começou ainda na juventude e se consolidou ao longo dos anos.
Os carros modificados têm ganhado cada vez mais destaque nas redes sociais, onde vídeos de veículos rebaixados, adesivados e turbinados acumulam milhões de visualizações. No entanto, para proprietários como Ribeiro, o valor de um carro modificado vai muito além da aparência ou da performance. É uma relação construída ao longo do tempo, marcada por memórias e dedicação.
Por que modificar um carro?
Os motivos que levam alguém a modificar um carro são variados. Para alguns, é uma questão de desempenho, enquanto para outros, trata-se de estética ou de adicionar características personalizadas. Rafael Pires Grillo, mecânico e consultor de performance, observa que muitos de seus clientes buscam personalizar seus veículos para refletir suas personalidades.
Grillo destaca que o interesse por modificações tem crescido nos últimos anos, abrangendo tanto jovens quanto pessoas mais velhas. As alterações podem incluir desde o remapeamento eletrônico de carros novos até melhorias em veículos antigos, como o Gol GTS 1993 de Ribeiro, que passou de 90 para 200 cavalos de potência.
Quais modificações são permitidas?
Modificar um carro pode envolver uma série de alterações, desde a mecânica até a estética. Algumas das modificações mais comuns incluem:
- Remapeamento eletrônico
- Escapamento esportivo
- Caixas de som potentes
- Suspensão rebaixada
- Adesivamento e pintura personalizada
- Rodas esportivas
- Bodykits, como saias laterais e aerofólios
- Faróis e lanternas customizados
- Interior personalizado, com bancos concha e painéis de LED
É importante ressaltar que algumas dessas modificações são regulamentadas por lei. Por exemplo, a alteração da suspensão para rebaixar o carro é permitida, desde que siga os critérios de altura estabelecidos e que o proprietário obtenha autorização prévia do Detran. Da mesma forma, modificações no escapamento devem respeitar os padrões de ruído.

Como a lei regula as modificações?
As leis que regulamentam as modificações em veículos são essenciais para garantir a segurança nas vias públicas. Altamir Almeida Gomes, do Detran-RS, explica que veículos modificados para competição, como o de Ribeiro, são registrados em uma categoria específica e só podem circular em vias públicas sob condições determinadas.
Modificações como a instalação de turbocompressores em veículos que não saíram de fábrica com essa característica não são permitidas. Além disso, o uso de lâmpadas de xenon é restrito a veículos que já possuíam essa característica de fábrica. Essas regulamentações visam não apenas a segurança, mas também a padronização das modificações.
O futuro dos carros modificados
O interesse por carros modificados continua a crescer, impulsionado por uma combinação de nostalgia, inovação tecnológica e o desejo de personalização. À medida que novas tecnologias surgem, como veículos elétricos e sistemas de direção autônoma, o universo das modificações automotivas pode se expandir ainda mais, oferecendo novas oportunidades para entusiastas e profissionais do setor.
Em última análise, a prática de modificar carros permanece uma expressão de identidade e criatividade, unindo pessoas de diferentes origens em torno de uma paixão comum. Para muitos, como Juliano Ribeiro, essa paixão é uma jornada contínua de descoberta e inovação.