No competitivo mercado automotivo, as montadoras frequentemente utilizam estratégias de marketing criativas para destacar seus veículos. Uma dessas táticas é a utilização de nomenclaturas sofisticadas para descrever recursos que, muitas vezes, são bastante simples e comuns. Essa abordagem visa capturar a atenção dos consumidores, conferindo um ar de exclusividade e inovação a funcionalidades básicas.
O uso de termos técnicos ou estrangeiros é uma prática comum para tornar um veículo mais atraente. Embora esses nomes possam sugerir avanços tecnológicos, muitas vezes eles apenas mascaram a simplicidade de certas funções. A seguir, exploramos alguns exemplos de como essa estratégia é aplicada no setor automotivo.
Como nomes elaborados podem transformar o trivial em diferencial?
Um exemplo clássico dessa prática é o “Lane Change”, introduzido pela Fiat no modelo Linea. À primeira vista, o nome pode sugerir um sistema avançado de assistência à mudança de faixa. No entanto, trata-se apenas de um pisca-alerta que aciona três setas com um leve toque na alavanca. Este é um detalhe técnico simples, mas apresentado de forma rebuscada para impressionar.
Outro caso interessante é o “Sistema CAR” da Renault. Este nome foi dado ao travamento automático das portas, uma função já presente em muitos modelos populares. O nome “Sistema CAR” pode dar a impressão de um recurso avançado, mas na realidade, refere-se a uma medida básica de segurança que já é amplamente utilizada.

Quais outros exemplos de nomenclaturas criativas existem?
A Chevrolet também adota essa estratégia com o termo “High-Vent”. Este nome é usado para descrever rodas de aço cobertas com calotas estilizadas, que simulam rodas de liga leve. Embora o nome sugira um componente técnico, o foco principal está no visual, sem oferecer um ganho mecânico significativo.
Na mesma linha, a Stellantis utilizou o nome “Ramcharger” para o carregador por indução com ventilação da picape Rampage. Este nome evoca nostalgia, já que “Ramcharger” era associado a um SUV dos anos 70 e 80. A estratégia mistura inovação com memória afetiva, cativando o público de forma eficaz.
O apelo à saúde e bem-estar no marketing automotivo
Com a crescente preocupação com a saúde, especialmente após a pandemia, as montadoras têm explorado esse tema em suas campanhas. A Jeep, por exemplo, lançou o “Healthy Cabin”, um nome dado ao filtro de ar com certificação N95 instalado no Renegade. Embora seja um filtro de cabine comum, o nome destaca o aspecto sanitário, reforçando a sensação de proteção e cuidado com a saúde dos ocupantes.
Esses exemplos ilustram como o marketing automotivo utiliza nomes elaborados para transformar funcionalidades simples em diferenciais de mercado. Essa estratégia não apenas atrai consumidores, mas também cria uma percepção de valor agregado, mesmo quando o recurso em si é básico.