O Mounjaro, um medicamento que tem ganhado notoriedade em redes sociais como o TikTok, está sendo amplamente discutido por seu potencial no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. Desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, o medicamento ainda não está disponível no Brasil, mas já foi aprovado pela Anvisa e tem previsão de chegada ao país em junho de 2025. Enquanto isso, seu uso tem se popularizado na Europa e nos Estados Unidos, gerando debates sobre seus efeitos e riscos.
O interesse pelo Mounjaro se intensificou devido à sua eficácia na perda de peso, o que levou a um aumento na demanda e até mesmo a casos de contrabando. Recentemente, a Receita Federal apreendeu uma carga significativa do medicamento no Aeroporto Internacional do Recife, destacando a urgência de regulamentações mais rígidas para seu uso e distribuição.
Entenda o funcionamento do Mounjaro e seus efeitos
O Mounjaro é o nome comercial da tirzepatida, uma substância que atua imitando os hormônios GLP-1 e GIP, responsáveis pela regulação da saciedade e digestão. Essa ação ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue e pode resultar em perda de peso. O medicamento é administrado por injeção subcutânea, geralmente no abdômen, coxa ou braço, e deve ser aplicado semanalmente sob orientação médica.
Especialistas enfatizam a importância do acompanhamento médico durante o uso do Mounjaro, pois a dose precisa ser ajustada conforme a tolerância e as necessidades individuais do paciente. Além disso, o suporte nutricional é essencial para garantir que o tratamento seja eficaz e seguro.

Quais os perigos de usar Mounjaro sem prescrição médica?
O uso do Mounjaro sem supervisão médica pode acarretar sérios riscos à saúde. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, vômitos e distúrbios gastrointestinais. Esses sintomas podem se agravar quando o medicamento é utilizado de forma inadequada ou em doses incorretas. Além disso, a automedicação e o uso de produtos falsificados ou contrabandeados aumentam o risco de complicações graves, como reações alérgicas e formação de pedras na vesícula.
A Anvisa, em resposta ao aumento de eventos adversos, implementou um controle mais rigoroso para a venda de medicamentos agonistas do GLP-1, exigindo a retenção da receita médica nas farmácias. Essa medida visa garantir que o uso do Mounjaro seja restrito a pacientes que realmente necessitam do tratamento.
Por que o uso da expressão ‘canetas emagrecedoras’ gera debate?
O termo “canetas emagrecedoras” tem sido amplamente utilizado nas redes sociais para descrever medicamentos como o Mounjaro, Ozempic e Wegovy, devido ao formato do aplicador. No entanto, especialistas criticam essa nomenclatura, pois ela pode induzir ao uso inadequado do medicamento por pessoas que não têm indicação clínica para tal.
Entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), recomendam o uso de termos mais precisos, como “medicamentos para tratamento da obesidade”, para enfatizar que se trata de um tratamento médico e não de uma solução rápida para perda de peso.
A importância vital da supervisão médica
O acompanhamento contínuo de um profissional de saúde é crucial para o sucesso do tratamento com Mounjaro. Além de monitorar os resultados, o médico pode ajustar a dose do medicamento e prevenir interações medicamentosas que possam comprometer a saúde do paciente. A avaliação clínica completa antes do início do tratamento é fundamental para verificar a indicação do medicamento e identificar possíveis contraindicações.