Recentemente, dois aviões da Latam colidiram com pássaros ao pousarem no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Esses incidentes, conhecidos como bird strikes, ocorreram em um intervalo de menos de 50 minutos. Apesar do susto, os pousos foram realizados com segurança, sem riscos para passageiros e tripulação. No entanto, tais eventos destacam um problema recorrente nos aeroportos brasileiros.
A Latam informou que a alta frequência de colisões com aves nos aeroportos do país pode comprometer a segurança operacional e causar transtornos significativos, como voos cancelados ou atrasados. Além disso, esses incidentes geram custos adicionais com reparos e manutenção das aeronaves. Em 2024, a Latam Brasil registrou 513 bird strikes em seus voos, um número alarmante que reflete a necessidade de uma gestão mais eficaz da fauna nas proximidades dos aeroportos.

Por que ocorrem tantas colisões de aeronaves com pássaros?
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em média, dez aviões colidem com aves diariamente no Brasil. Seis desses incidentes ocorrem com aeronaves da aviação comercial. As colisões com pássaros são a segunda maior causa de incidentes aeronáuticos, ficando atrás apenas de falhas ou mau funcionamento de componentes do avião. A presença de aves em áreas próximas aos aeroportos é um fator de risco constante para a aviação.
Os aeroportos brasileiros enfrentam desafios na gestão da fauna, que incluem o controle de vegetação, manejo de ovos e ninhos, e técnicas de afugentamento. Esses esforços visam reduzir a presença de aves nas áreas de risco, mas ainda há muito a ser feito para minimizar os incidentes.
O que pode ser feito para evitar?
A Gru Airport, concessionária do Aeroporto de Guarulhos, afirma que após os recentes bird strikes, todas as medidas de monitoramento e afugentamento foram implementadas. O aeroporto é considerado um dos que apresentam o menor índice de colisão com aves entre os principais aeródromos do Brasil. Além disso, houve uma redução significativa no número de ocorrências nos últimos anos, com uma diminuição de 60% entre 2023 e 2024.
O plano de gerenciamento de fauna nos aeroportos inclui ações como o controle de vegetação, remoção de poleiros e abrigos, e o uso de técnicas de afugentamento. Essas medidas são essenciais para garantir a segurança dos voos e minimizar os riscos associados às colisões com aves.
O futuro da gestão de fauna nos aeroportos
Para enfrentar o desafio das colisões com pássaros, é crucial que os aeroportos brasileiros continuem a investir em estratégias eficazes de gestão de fauna. A colaboração entre autoridades aeroportuárias, companhias aéreas e órgãos reguladores é fundamental para desenvolver soluções inovadoras e sustentáveis. A segurança dos passageiros e tripulações deve ser sempre a prioridade, e a redução dos bird strikes é um passo importante nessa direção.