A Anvisa, em parceria com as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais, está conduzindo uma operação de fiscalização em clínicas de estética localizadas em várias cidades brasileiras. A ação, que envolve cerca de 50 fiscais, tem como objetivo verificar as condições sanitárias e a regularidade dos estabelecimentos e produtos utilizados, visando prevenir riscos à saúde dos usuários.
Durante a operação, que também inclui inspeções em fabricantes de dispositivos médicos, foram identificadas diversas irregularidades. A ação, denominada “Estética com Segurança”, busca alertar a população sobre os perigos associados a procedimentos estéticos realizados em condições inadequadas.

Quais irregularidades foram encontradas nas clínicas de estética?
No primeiro dia da operação, 19 serviços de estética foram inspecionados, e em todos foram encontradas irregularidades. Produtos sem registro, equipamentos descalibrados e medicamentos manipulados em grande escala foram algumas das infrações identificadas. Em Osasco, mais de 300 ampolas de produtos injetáveis em condições de risco foram apreendidas, e nove equipamentos médicos foram interditados.
Em Goiânia, foram descobertos produtos manipulados com nomes de funcionários no lugar dos pacientes, além de produtos vencidos. Em São Paulo, toxinas botulínicas sem controle de temperatura e vencidas foram encontradas, enquanto em Belo Horizonte, anestésicos vencidos e sem data de validade foram apreendidos. A falta de responsável técnico em algumas clínicas também foi um problema recorrente.
Quais são os riscos associados a essas irregularidades?
As irregularidades encontradas nas clínicas de estética representam sérios riscos à saúde dos usuários. O uso de produtos vencidos ou sem registro pode levar a infecções e outras complicações. Em Belo Horizonte, instrumentos de uso único foram reutilizados, aumentando o risco de transmissão de doenças. Em Goiânia, casos de infecção por micobactéria não foram notificados ao sistema de saúde, violando a legislação.
A ausência de protocolos de segurança e a falta de prontuários para registrar a evolução dos pacientes são outras falhas que comprometem a segurança dos procedimentos. A operação visa garantir que os estabelecimentos cumpram as normas sanitárias e que os profissionais sejam devidamente habilitados.
Como escolher um serviço de estética seguro?
Com o aumento dos relatos de eventos adversos em procedimentos estéticos, é essencial que os consumidores sejam cautelosos ao escolher um serviço. Verificar se o estabelecimento possui alvará/licença sanitária válida e consultar as credenciais dos profissionais são passos fundamentais. Além disso, é importante desconfiar de promessas milagrosas e preços muito abaixo do mercado.
Os consumidores devem evitar confiar cegamente em recomendações de influenciadores nas redes sociais, pois um procedimento indicado para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Consultar um profissional de saúde habilitado é sempre a melhor opção para avaliar o tratamento mais seguro e eficaz.