PCC. Foto: Reprodução/Polícia Federal.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem se destacado no cenário do tráfico internacional de drogas, utilizando aeronaves de pequeno porte para transportar cocaína do Brasil para a Europa. Esse esquema sofisticado envolve a corrupção de funcionários e o uso de rotas aéreas estratégicas, tornando-se um negócio altamente lucrativo para a facção criminosa.
Conversas interceptadas pela Polícia Federal revelam que o PCC paga quantias significativas para garantir o sucesso de suas operações. Um exemplo disso é o pagamento de R$ 800 mil a pilotos para transportar uma tonelada de cocaína até a Bélgica. O destino final da droga é frequentemente o Reino Unido, onde os lucros são multiplicados em comparação ao mercado brasileiro.
Como o PCC opera no transporte aéreo?
O PCC utiliza uma rede complexa de colaboradores para viabilizar o transporte aéreo de cocaína. As aeronaves partem de aeroportos brasileiros, como o de Boa Vista, em Roraima, com destino à Europa. Para evitar problemas durante o desembarque, a facção suborna funcionários de aeroportos, garantindo que a carga chegue ao destino sem contratempos.
Werner Pereira da Rocha, administrador do aeroporto de Boa Vista, foi identificado como um dos facilitadores do esquema. Ele recebia R$ 250 mil por viagem, além de colaborar com um suposto agente da Receita Federal para evitar fiscalizações rigorosas. Os comparsas do PCC se passavam por turistas, simulando viagens legítimas para despistar as autoridades.

Quais são as estratégias de ocultação utilizadas?
Para ocultar a cocaína, o PCC utiliza técnicas engenhosas, como a instalação de fundos falsos nas aeronaves e o uso de bagagens de mão, que não são fiscalizadas. Antes de realizar os voos internacionais, a facção realizava simulações entre cidades do interior de São Paulo, utilizando toras de madeira no lugar da droga para testar suas estratégias de ocultação.
Além disso, a facção emprega laranjas no ramo da aviação para operar voos clandestinos. As rotas mais comuns incluem deslocamentos entre a Bolívia, o Paraguai e o Brasil, com pousos em pistas clandestinas ou lançamentos aéreos para coleta em locais predeterminados.
Impacto econômico do PCC
O tráfico de cocaína pelo PCC não apenas gera lucros exorbitantes, mas também impacta a economia local e internacional. A cocaína pura é refinada no Brasil, aumentando seu volume e valor antes de ser vendida no mercado interno ou exportada. A facção também utiliza o transporte marítimo para enviar microcarregamentos de cocaína para o exterior, ocultando a droga em bagagens despachadas.
As operações do PCC são um exemplo do poder econômico e da influência da facção no tráfico internacional de drogas. As investigações continuam a revelar a complexidade e a sofisticação das estratégias empregadas para manter esse lucrativo negócio em funcionamento.