A Alhambra, localizada em Granada, Espanha, é um exemplo impressionante de como a engenharia hidráulica pode ser incorporada à arquitetura. Construída no século 13 pelos mouros, este complexo palaciano não é apenas uma maravilha arquitetônica, mas também um testemunho da inovação técnica da época. A gestão da água na Alhambra reflete a importância desse recurso vital nas culturas árabes.
Erguida no topo do Monte Sabika, a Alhambra enfrentava o desafio de fornecer água a uma localização elevada. Segundo as informações da Brasil Perfil, para superar esse obstáculo, os engenheiros mouros desenvolveram um sistema engenhoso que transportava água de fontes distantes, garantindo o abastecimento necessário para os jardins exuberantes e as fontes do palácio.
Como a água era transportada para a Alhambra?
O transporte de água para a Alhambra começava com a Acequia Real, um canal que captava água do rio Darro. Este canal, com cerca de 6 km de extensão, era responsável por conduzir a água até o complexo. A água era desviada do rio por meio de uma barragem e, em seguida, fluía pelo canal, superando a gravidade até alcançar o topo da colina onde a Alhambra está situada.
No caminho, a água passava por um sistema de aquedutos e rodas d’água que a elevavam a diferentes níveis. Esse complexo sistema permitia a distribuição da água por meio de cisternas e tubos de cerâmica, atendendo tanto às necessidades diárias do palácio quanto à irrigação dos jardins.
Qual é o significado da fonte dos Leões?

Um dos elementos mais emblemáticos da Alhambra é a Fonte dos Leões, localizada no pátio central do Palácio dos Leões. Esta fonte é sustentada por doze leões esculpidos em mármore, que simbolizam força e poder. A água flui do prato central da fonte, alimentando quatro canais que representam os quatro rios do paraíso islâmico.
Além de sua função estética, a fonte e seus canais desempenhavam um papel prático, ajudando a resfriar o ambiente durante os meses quentes de verão. A integração da funcionalidade com a beleza artística é um testemunho da habilidade dos engenheiros mouros em harmonizar tecnologia e design.
O legado contínuo da engenharia hidráulica mourisca
Hoje, o sistema hidráulico da Alhambra continua a ser estudado por engenheiros e historiadores que buscam entender e aplicar essas técnicas antigas em contextos modernos. Projetos de restauração e conservação têm se inspirado nesses métodos tradicionais para promover práticas sustentáveis de gestão da água.
Eventos acadêmicos e conferências internacionais frequentemente destacam a Alhambra como um exemplo de inovação em engenharia hidráulica. A abordagem dos mouros para a gestão da água oferece lições valiosas sobre sustentabilidade e a importância de integrar soluções técnicas com a preservação ambiental.