Ordens de Trump iriam colocar em licença milhares de trabalhadores da USAID. Créditos: depositphotos.com / wadiifekar.
Nos últimos anos, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) tornou-se o foco de uma intensa discussão política nos Estados Unidos. Fundada em 1961, sua missão principal é promover a ajuda humanitária internacional, mas sua relevância e operação foram colocadas em xeque pela administração do ex-presidente Donald Trump. Um marco importante nesta disputa ocorreu quando um juiz federal bloqueou temporariamente ordens de Trump que impactariam drasticamente os funcionários da agência.
As ordens presidenciais visavam colocar em licença milhares de trabalhadores da USAID, uma medida que foi contestada na justiça por associações de funcionários públicos que argumentaram sobre os riscos e dificuldades desnecessárias para os empregados no exterior. A disputa legal revelou as profundas divisões políticas em torno do papel da USAID e a autoridade presidencial para modificar suas operações sem a aprovação do Congresso.
Quais foram os argumentos das associações públicas?
Duas organizações, a Associação de Serviços Estrangeiros (AFSA) e a Federação de Funcionários Públicos (AFGE), lideraram a resistência contra as ordens de Trump. Ambas afirmaram que tais medidas exporiam os trabalhadores da USAID a injustas condições de trabalho e destacaram a ausência de poder do presidente para reestruturar a agência sem o aval do Congresso. Além disso, o apoio de congressistas democratas fortaleceu o argumento de que as políticas do presidente não respeitavam os cânones legais vigentes.
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A postura do governo Trump em relação à USAID
A administração Trump justificou as ordens destacando a percepção de ineficiência na operação da USAID. O governo argumentava que a agência subsidiava programas que poderiam ser considerados desnecessários e que sua gestão apresentava sinais de insubordinação frente à ordem de suspensão da ajuda humanitária. A resposta do presidente foi um esforço para reduzir custos governamentais e eliminar o que foi considerado um descontrole operacional na agência.
Elon Musk, na época chefe do Departamento de Eficiência Governamental, estava à frente de um programa mais amplo de corte de custos, e a USAID se tornou central nesse esforço, com a proposta de redução maciça de funcionários.
Reação pública nas redes sociais de Trump
A situação provocou um fechamento temporário da sede da USAID, com imagens do logotipo da agência sendo removido e substituído por um saco de lixo, o que gerou comoção e debate na opinião pública. No entanto, a reação não foi apenas interna. Globalmente, países que dependem da assistência dos EUA expressaram preocupações sobre o impacto dessas mudanças abruptas nas suas políticas de ajuda humanitária.
Além disso, publicações em redes sociais da Trump, como na Truth Social, alegavam que a agência estava agindo de forma corrupta e elogiavam o fechamento como uma ação de saneamento necessário.
Possibilidades futuras para a USAID
O futuro da USAID continua a ser discutido em termos legais e políticos. A decisão judicial de bloquear temporariamente as ordens permitiu um alívio de curto prazo para os funcionários e suas famílias. No entanto, a questão mais ampla quanto ao poder presidencial e as futuras direções da política externa dos EUA permanece sem resposta definitiva.
A combinação de pressões internas e o cenário internacional continuarão a influenciar como a USAID opera e se adapta, com potencial influência nas políticas da administração atual e futuras. O papel da USAID ainda é crucial em várias regiões do mundo, levantando questões sobre sustentabilidade e efetividade da ajuda externa num ambiente político tão polarizado.