Whindersson passa por internação. Foto: Divulgação/Ismael Soares.
A saúde mental é um tema de crescente importância no Brasil, especialmente quando se considera a prevalência de transtornos como a depressão. Atualmente, estima-se que 25% dos brasileiros já enfrentaram ou enfrentarão essa condição ao longo da vida. Em casos graves, a internação pode ser necessária, mas essa decisão depende de uma avaliação cuidadosa do risco envolvido.
O caso do humorista Whindersson Nunes, que recentemente se internou para tratar sua saúde mental, ilustra bem essa situação. A internação foi uma escolha pessoal, acompanhada por profissionais de saúde, destacando a importância do tratamento adequado. Esse tipo de cuidado é crucial, pois a depressão pode ser debilitante, afetando não apenas o bem-estar emocional, mas também a capacidade de funcionamento diário.
Quais são os tipos de internação para depressão?
Existem três tipos principais de internação para casos de depressão, cada um com suas especificidades e indicações. A internação voluntária ocorre quando o paciente, ciente de sua condição, concorda com a necessidade de tratamento em um ambiente hospitalar. Essa escolha é feita em conjunto com o médico, e o paciente pode decidir sair a qualquer momento, desde que assine um termo de responsabilidade.
A internação involuntária é realizada sem o consentimento do paciente, geralmente a pedido de familiares ou terceiros. Nesse caso, é necessário comunicar o Ministério Público em até 72 horas após a internação. Por fim, a internação compulsória é determinada pela Justiça, quando um juiz, baseado na avaliação médica, decide pela necessidade de tratamento hospitalar, independentemente da vontade do paciente ou da família.
Por que o risco é um fator crucial na decisão de internação?
A avaliação do risco é um aspecto central na decisão de internar um paciente com depressão. Segundo especialistas, a internação se torna necessária quando há perigo iminente para a vida do paciente ou de terceiros. Situações como tentativas de suicídio ou ideação suicida são exemplos claros de quando a internação pode ser indicada.
Além disso, em casos de depressão pós-parto, o risco pode se estender ao bebê, justificando a necessidade de cuidados intensivos. O tratamento adequado pode prevenir complicações graves e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente.
Como a falta de leitos psiquiátricos afeta o tratamento?
O Brasil enfrenta um desafio significativo em termos de infraestrutura para o tratamento de doenças mentais. No passado, o país contava com cerca de 120 mil leitos psiquiátricos, mas atualmente esse número caiu para aproximadamente 10 mil. Essa redução drástica dificulta o acesso ao tratamento para muitos que necessitam de internação.
Especialistas apontam que a falta de leitos é um reflexo do preconceito estrutural contra doenças mentais e seus tratamentos. Essa situação contribui para o aumento dos índices de suicídio, destacando a necessidade urgente de melhorias no sistema de saúde mental do país.
Sintomas e tratamentos da depressão
A depressão é uma condição complexa que pode afetar tanto aspectos psíquicos quanto motores. Sintomas comuns incluem alterações na memória, raciocínio, autoestima, apetite e sono. O tratamento geralmente envolve o uso de antidepressivos, que podem levar de 4 a 12 semanas para começar a fazer efeito.
É importante ressaltar que, após a remissão dos sintomas, o uso de antidepressivos deve continuar por pelo menos um ano para prevenir recaídas. Infelizmente, o preconceito ainda é uma barreira significativa para o tratamento eficaz, tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde mental.
