No ano de 2024, a síndrome de burnout continua a ser uma preocupação significativa no Brasil, especialmente no Estado do Rio de Janeiro, onde 657 pessoas precisaram se ausentar do trabalho devido a essa condição. Em todo o país, foram 4.883 brasileiros afastados em 2023 por motivos relacionados ao burnout, segundo dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social.
A síndrome de burnout, agora classificada sob o código QD 85 na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da OMS, é reconhecida como uma doença ocupacional. Esse reconhecimento garante aos trabalhadores os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários conferidos a outras doenças relacionadas ao trabalho. Este reconhecimento reforça a gravidade do problema que afeta não só a saúde emocional, mas também o equilíbrio físico dos indivíduos.
O que é síndrome de Burnout?
A síndrome de burnout é definida como um distúrbio emocional causado principalmente pelo excesso de trabalho. Seus sintomas são variados, podendo incluir fadiga intensa, sentimentos de incompetência, frequentes dores de cabeça, alterações no apetite, e um cansaço físico e mental generalizado. Ao contrário do que se acredita, esta síndrome não é recente; registros no Brasil remontam a 1970, mas sua incidência cresceu consideravelmente a partir dos anos 1990.
Por que a síndrome de Burnout está aumentando?
Especialistas, como o professor Bruno Chapadeiro Ribeiro da Universidade Federal Fluminense, indicam que a tecnologia é um dos fatores que têm contribuído para o aumento dos casos de burnout. Ferramentas digitais e formas de trabalho remoto fazem com que muitos colaboradores extendam suas horas de trabalho e acabem atuando também nos finais de semana. Além disso, a informalidade no mercado de trabalho, que ainda é prevalente no Brasil, agrava a situação. Trabalhadores autônomos frequentemente enfrentam longas jornadas e condições financeiras adversas.
Quais profissões são mais afetadas?
Algumas profissões demonstram uma propensão maior ao burnout devido às exigências emocionais e físicas que impõem. Médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, entre outros, são frequentemente mencionados em estudos sobre a síndrome. Além disso, categorias de trabalhos informais, como motoristas de aplicativos e motoboys, também estão bastante suscetíveis devido à natureza das suas ocupações.
Como a síndrome afeta a economia?
A Síndrome de Burnout, cada vez mais comum no mundo do trabalho, vai além de um simples esgotamento mental. Seus impactos se estendem para além da saúde individual, atingindo diretamente a economia. O burnout causa uma queda significativa na produtividade, aumenta o absenteísmo e eleva os custos com saúde e rotatividade de funcionários.
Empresas com altos índices de burnout enfrentam prejuízos financeiros consideráveis, além de um ambiente de trabalho insatisfatório e desestimulante. Compreender os impactos econômicos do burnout é crucial para que empresas e governos adotem medidas preventivas e promovam um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Como prevenir a síndrome de Burnout?
Para o professor Bruno Chapadeiro, a chave para a prevenção do burnout reside em abordagens multidisciplinares. As organizações, tanto públicas quanto privadas, devem implementar políticas que melhorem as condições de trabalho e avaliações regulares com profissionais de saúde. Além disso, é crucial a realização de levantamentos de riscos psicossociais, para identificar e corrigir falhas que possam comprometer a saúde dos trabalhadores, evitando um aumento dos casos registrados em anos recentes.