A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) adotou uma nova metodologia para classificar os veículos eletrificados disponíveis para venda no país. Como parte dessa reestruturação, os híbridos-leves, também conhecidos pela sigla MHEV, foram excluídos da lista de eletrificados. Esta mudança busca oferecer uma visão mais precisa sobre o progresso da eletromobilidade no Brasil.
Com a atualização, os veículos considerados eletrificados são os BEVs (100% elétricos), PHEVs (híbridos do tipo plug-in, que podem ser recarregados via conexão elétrica) e os HEVs/HEVs flex (híbridos autorecarregáveis). Os MHEV foram descartados por não possuírem sistemas de motorização elétrica que atendam aos novos critérios de avaliação, como baterias acima de 60 volts e capacidade de tração independente.
Por que os MHEV foram excluídos?
A principal razão para a exclusão dos MHEV está na sua configuração tecnológica. Esses veículos, incluindo modelos como o Fiat Pulse e o Fastback Hybrid, utilizam um sistema de bateria de 12 volts que contribui apenas modestamente para a economia de combustível e a redução de emissões de CO². A decisão da ABVE foi influenciada por lançamentos recentes que mostraram que o impacto desses modelos nos indicadores de eletromobilidade é limitado.
Quais critérios definem um veículo eletrificado?
Segundo a ABVE, para um veículo ser classificado como eletrificado, deve possuir motorizações elétricas com mais de 60 volts e capacidade de tração própria. Essa definição exclui os MHEV, que funcionam principalmente como suporte ao motor a combustão em vez de atuarem como fonte principal de tração. O novo critério visa garantir que os dados estatísticos reflitam apenas modelos que realmente contribuem para a redução de emissões e a promoção da mobilidade sustentável.
Impactos da nova metodologia
Com a exclusão dos MHEV, espera-se que os dados sobre a eletromobilidade no Brasil se tornem mais confiáveis. A metodologia revisada permitirá uma análise mais clara e verdadeira sobre o desempenho dos veículos eletrificados, alinhando-se com os objetivos de sustentabilidade e redução de emissões. Ao focar apenas em veículos com contribuição expressiva na mitigação de CO², a ABVE acredita estar promovendo uma visão mais autêntica da evolução do mercado de veículos elétricos.
A reação das montadoras e o futuro da eletromobilidade
Montadoras como Stellantis, responsável por marcas como Peugeot e Citroën, podem sentir a necessidade de adaptar sua estratégia no mercado brasileiro. Com a distinção clara entre híbridos-leves e outras variações mais eficientes, a expectativa é que as empresas direcionem seus recursos para o desenvolvimento de tecnologias que atendam os novos critérios. Assim, é provável que se observe um impulso ainda maior na inovação e na oferta de veículos elétricos e híbridos complexos no futuro.
