Foto: Henrique Machado/Governo do Tocantins.
No dia 22 de dezembro do ano passado, uma tragédia abalou os estados do Maranhão e Tocantins. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, construída na década de 1960, desabou, resultando em múltiplas vítimas e uma série de desafios para autoridades locais. Este incidente gerou preocupações com a segurança de infraestrutura e com o meio ambiente, pois veículos transportando substâncias químicas caíram no rio Tocantins.
A tragédia foi presenciada por diversas pessoas, incluindo um vereador que filmava as condições lamentáveis da ponte no momento do desmoronamento. O colapso levou oito veículos a caírem no rio, aumentando a necessidade urgente de resgate e investigações para evitar tragédias semelhantes no futuro.
A tragédia deixou um rastro de destruição e perda, com a confirmação de doze óbitos até o momento, enquanto alguns corpos permanecem desaparecidos. Equipes da Marinha, Corpo de Bombeiros e outras forças de resgate, como os militares do Pará, estão engajadas em uma operação de busca e resgate com apoio logístico e planejamentos detalhados, alocados remotamente a partir de Belém.
Aqui está a lista organizada e numerada das vítimas do desabamento da Ponte JK, com as atualizações até o dia 01 de janeiro:
- Jairo Silva Rodrigues (36 anos) – Resgatado com vida após o desabamento, foi levado ao Hospital Municipal de Estreito e transferido para um hospital em Imperatriz.
- Lorena Ribeiro Rodrigues (25 anos) – Natural de Estreito (MA), morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo foi localizado no domingo (22).
- Lorranny Sidrone de Jesus (11 anos) – O corpo foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e caiu no rio Tocantins.
- Kécio Francisco Santos Lopes (42 anos) – Motorista do caminhão de defensivos agrícolas. O corpo foi localizado na terça-feira (24).
- Andreia Maria de Souza (45 anos) – Motorista de um dos caminhões carregados com ácido sulfúrico. O corpo foi encontrado na terça-feira (24).
- Anisio Padilha Soares (43 anos) – O corpo foi localizado na quarta-feira (25).
- Silvana dos Santos Rocha Soares (53 anos) – O corpo foi localizado na quarta-feira (25).
- Elisangela Santos das Chagas (50 anos) – Encontrada na quinta-feira (26) por mergulhadores. Estava em uma caminhonete com seu marido, o vereador Alison Gomes Carneiro.
- Rosimarina da Silva Carvalho (48 anos) – O corpo foi localizado também na quinta-feira (26).
- Alison Gomes Carneiro (57 anos) – Vereador do PSD. O corpo foi localizado na manhã de domingo (29). Estava na caminhonete com sua esposa, Elisangela Santos.
- Cássia de Sousa Tavares (34 anos) – O corpo foi retirado do rio na terça-feira (31). Ela estava viajando com a filha, Cecília, e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas o marido sobreviveu.
- Cecília Tavares Rodrigues (3 anos) – O corpo foi retirado do rio na terça-feira (31). Ela estava viajando com a mãe, Cássia, e o pai, Jairo Silva Rodrigues.
As seguintes pessoas permanecem desaparecidas:
- Beroaldo dos Santos (51 anos)
- Alessandra do Socorro Ribeiro (50 anos)
- Salmon Alves Santos (65 anos)
- Felipe Giuvannucci Ribeiro (10 anos)
- Marçon Gley Ferreira
Consequências imediatas
As operações de busca e resgate no rio Tocantins foram uma prioridade imediata. A Marinha, junto a equipes de resgate, conseguiu localizar 12 corpos até o final de dezembro. O resgate foi um desafio, não apenas devido às condições do rio, mas também devido à presença de tanques com substâncias químicas que caíram com os veículos.
As autoridades declararam situação de emergência em Estreito, Maranhão, tanto pelas perdas humanas quanto pelo risco ambiental representado pelos tanques de ácido sulfúrico e pesticidas. Embora, segundo o supervisor da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, os tanques estivessem intactos, um pequeno risco de vazamento durante a retirada ainda persiste.
▶️ Veja momento exato em que ponte entre Tocantins e Maranhão desaba
— Metrópoles (@Metropoles) December 22, 2024
Enquanto gravava um vídeo para denunciar a situação da via, Elias Junior (Republicanos), vereador do município de Aguiarnópolis (TO), capturou em vídeo o momento exato em que a ponte Juscelino Kubitschek de… pic.twitter.com/WFMphiYoBB
Restrição das atividades aquáticas
Durante o período de 31 de dezembro a 3 de janeiro de 2025, foram estabelecidas restrições às operações aquáticas devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito. Essa medida foi necessária para garantir a segurança das equipes de resgate, bem como da população local. O mergulho e o uso de drones aquáticos no rio Tocantins ficaram proibidos durante horários específicos.
A Marinha orientou a população a colaborar com informações que pudessem auxiliar nas operações de resgate e em prevenir quaisquer riscos à segurança pública. Números de contato foram amplamente divulgados para facilitar o suporte comunitário nesse momento crítico.
Medidas tomadas para remediar o acidente
Com a situação controlada, foram implementados planos de ação para a retirada segura dos tanques e veículos do rio Tocantins. A operação requer uma coordenação meticulosa entre várias agências e empresas especializadas, a fim de minimizar o impacto ambiental e mitigar riscos residuais de contaminação.
Além disso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) propôs rotas alternativas para motoristas que dependem da ponte para suas jornadas. Essa comunicação é vital para a segurança rodoviária regional, e novas avaliações sobre a integridade de outras estruturas similares serão provavelmente uma prioridade futura.
A comunidade local tem demonstrado resiliência e cooperação exemplar em resposta ao desastre. Além de enfrentar o luto pelas perdas humanas, as comunidades afetadas estão se adaptando às mudanças nas dinâmicas de transporte e atividade econômica. O apoio técnico e financeiro de autoridades federais e estaduais está sendo mobilizado para dar suporte a essa transição.
Este evento trágico trouxe à tona preocupações sobre a manutenção de infraestruturas críticas no Brasil. A comunidade e as autoridades esperam que as lições aprendidas com esse incidente resultem em políticas proativas para prevenir futuros desastres e melhorar a segurança em todo o país.