Praia de Barra da Tijuca/RJ. Créditos: depositphotos.com / dabldy.
O Brasil é reconhecido mundialmente por suas vastas e belas praias, que se estendem por mais de 7 mil quilômetros ao longo de sua costa. Apesar da aparência paradisíaca, muitas dessas praias enfrentam desafios significativos em relação à qualidade da água, fazendo com que elas sejam consideradas impróprias para o banho. As causas dessa poluição são variadas, mas o despejo de esgoto sem tratamento se destaca como a principal fonte de contaminação, trazendo riscos tanto para a saúde dos banhistas quanto para a vida marinha.
A identificação de águas impróprias nem sempre é visível a olho nu, sendo necessária a análise por parte de órgãos reguladores que examinam a presença de coliformes fecais e outros indicadores de poluição. Esses estudos são essenciais para garantir a segurança dos frequentadores das praias, além de preservar o ecossistema local.
Como a poluição afeta a saúde?
Pessoas que entram em contato com águas contaminadas estão sujeitas a uma variedade de enfermidades. A presença de bactérias, vírus e protozoários pode resultar em doenças como gastroenterite, micoses, viroses e, em casos mais extremos, hepatite A. Esses agentes patogênicos não se limitam apenas à água, mas podem também ser encontrados na areia, aumentando os riscos de contágio.
A ingestão acidental de alimentos lavados em água poluída ou o consumo de frutos do mar de áreas afetadas são outras vias comuns de transmissão dessas doenças. Por isso, é vital que os banhistas tomem medidas preventivas, como verificar a procedência dos alimentos consumidos e estar atentos às classificações de balneabilidade divulgadas pelos órgãos competentes.
Praias brasileiras impróprias para banho
Diversas regiões no Brasil têm praias classificadas como impróprias para banho devido à poluição. Algumas delas são conhecidas por sua beleza e popularidade, o que ressalta a importância de atenção redobrada. Veja a lista:
Sudeste
1. Barra da Tijuca/RJ
O Rio de Janeiro é uma das cidades brasileiras que mais recebem turistas por ano. Apesar disso, uma das suas praias mais famosas teve trechos sinalizados como impróprio para banho: a Barra da Tijuca, uma delas na região conhecida como Quebra-Mar. A praia é contaminada, principalmente, pela Baía de Guanabara, que se encontra extremamente poluída e escoa para o litoral.
2. Ilhabela/SP
Famosa por suas praias, Ilhabela — ilha localizada no litoral norte do estado de São Paulo —, não anda cuidando tão bem delas assim. O local está com algumas de suas praias impróprias para banho, como a Itaquanduba e a Itaguçu. Mas as praias do Jabaquara e de Castelhanos ainda valem o passeio para quem estiver na região.
3. Santos/SP
Parece que a superpopulação de Santos está afetando a qualidade das praias do município. Considerada a 13ª cidade mais populosa do estado, com 433 mil habitantes, o lugar sofre com a poluição em quase todas as suas praias, como Ponta da Praia, Embaré, Gonzaga, Aparecida e Boqueirão.
Nordeste
4. Boa Viagem/PE
A praia de Boa Viagem fica localizada na zona sul de Recife, capital de Pernambuco. Ela é frequentada por vários turistas e moradores da região. Além do risco de ataque de tubarão, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) classificou um dos trechos da praia como impróprio para banho. Portanto, o banhista deve ter cuidado redobrado ao entrar na água.
5. Ondina/BA
Quem já foi a Salvador com certeza conhece Ondina. Famosa por fazer parte de um dos circuitos mais badalados do Carnaval, ela está na lista de praias impróprias. É possível conferir outras praias no site do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).
6. Redinha/RN
No Rio Grande do Norte, quem divulga os boletins semanais de balneabilidade é o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA). A praia de Redinha se encontra entre as que estão impróprias para banho devido, principalmente, à quantidade de coliformes fecais encontrados na água.
7. Maragogi/AL
Famosa por atrair turistas do Brasil e do exterior, Maragogi, em Alagoas, anda deixando a desejar quando o critério é balneabilidade, medido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Segundo o órgão, as praias só são consideradas próprias quando 80% ou mais das amostras obtidas não excedem um limite de 800 NMP (Número Mais Provável) de Escherichia coli por 100 mL da amostra de água — valores que trechos da praia de Maragogi têm ultrapassado.
8. Tubarão/BA
A Praia de Tubarão, localizada no Paripe — subúrbio de Salvador —, já foi até refúgio de presidentes e autoridades por suas águas calmas e claras. Mas atualmente o derrame de esgoto tornou o lugar impróprio para o banho e para a comunidade pesqueira do lugar.
Sul
9. Lagoa da Conceição/SC
A Lagoa da Conceição fica em Florianópolis, capital de Santa Catarina. Nessa região há vários bares e restaurantes que são bastante frequentados por turistas e moradores das redondezas. Quem faz o monitoramento das praias por lá é o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, e no site é possível verificar os pontos em que o banhista pode entrar na água com segurança.
10. Guaratuba/PR
Guaratuba é um município paranaense que fica próximo à divisa com Santa Catarina. As suas praias são bastante frequentadas, principalmente durante as férias. O Instituto Água e Terra é o órgão responsável pelo monitoramento da qualidade de água e, segundo o relatório mais recente de balneabilidade, alguns pontos da sua orla estão contaminados. Assim, é preciso estar atento às sinalizações colocadas na área informando sobre as condições da praia.
Monitorização regular é essencial
O monitoramento contínuo da qualidade da água é um requisito vital para manter a segurança dos banhistas. Os órgãos ambientais, a nível estadual, são responsáveis por emitir relatórios periódicos sobre a qualidade das águas, baseando-se em critérios que incluem a quantidade de coliformes fecais presentes. Este trabalho garante que a população receba informações precisas e atualizadas, podendo evitar riscos associados ao banho em águas contaminadas.
Além de proteger a saúde humana, o monitoramento também desempenha um papel crucial na preservação do ambiente marinho e das atividades econômicas a ele associadas, como o turismo e a pesca. Sem essa vigilância, as consequências ambientais e econômicas podem ser graves e de longo prazo.
Segurança e a saúde nas praias
Ainda que desafios persistam, iniciativas de saneamento e conscientização sobre a importância da preservação da qualidade da água têm sido implementadas para melhorar a situação. Empresas privadas de saneamento, como a BRK, investem em soluções que visam tanto resolver problemas existentes quanto prevenir novos.
Em suma, enquanto muitas praias no Brasil oferecem localidades seguras e convidativas, é fundamental consultar as condições de balneabilidade antes de entrar na água. Com as devidas precauções, é possível desfrutar das belezas naturais do litoral brasileiro sem comprometer a saúde e o bem-estar.