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Milão, uma das cidades mais populosas e desenvolvidas da Itália, trouxe à tona a questão do fumo em locais públicos com regulamentações pioneiras. Em 2020, foi adotado um decreto que prevê, a partir de 1º de janeiro de 2025, a proibição total do fumo em áreas públicas, incluindo as ruas da cidade. As únicas exceções são ambientes isolados onde é possível manter uma distância segura de dez metros entre as pessoas, algo desafiador na densa paisagem urbana milanesa.
Essa legislação exclui os cigarros eletrônicos, mas reforça a necessidade de espaços públicos livres de fumaça de cigarro. A medida foi um marco, fazendo de Milão a primeira cidade italiana a implementar restrições tão abrangentes no combate ao tabagismo, conforme noticiado pela agência de notícias Ansa.
Áreas de restrição e penalizações
Desde 2021, Milão já havia implementado restrições em áreas verdes públicas, parques infantis, pontos de ônibus e táxi, assim como em complexos esportivos. Mesmo antes das regulamentações completas de 2025, essas áreas serviram como precursoras das novas normas. Indivíduos que desrespeitam essas regras podem enfrentar multas que variam de € 40 a € 240, impondo uma penalização que busca desencorajar o hábito do fumo nesses locais.
A decisão de expandir as áreas de restrição ao fumo se alinha com uma estratégia mais ampla de redução da poluição do ar, um desafio significativo para a cidade, devido à sua proximidade com indústrias e o objetivo de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026.
Como Milão se alinha ao movimento global de redução do tabagismo?
A iniciativa de Milão é parte de um esforço maior para diminuir o consumo de tabaco globalmente. A Itália já está combatendo o tabagismo desde 1975, com proibições que inicialmente se aplicavam a transportes públicos e gradualmente se expandiram, em 2005, para todos os locais fechados públicos. As medidas mais recentes colocam Milão na vanguarda das cidades que adotam políticas rigorosas para a erradicação do tabaco.
Em comparação, outros países também têm tomado medidas extensivas contra o tabaco. No México, houve uma proibição implementada em áreas do centro histórico da Cidade do México em 2022. Já o Reino Unido busca uma abordagem ainda mais rígida, visando proibir a compra de cigarros por indivíduos nascidos após 2009.
Impacto para a população italiana
Na Itália, o consumo de tabaco ainda é uma questão significativa, mesmo que a porcentagem de fumantes, cerca de 20% da população, seja menor que a média da União Europeia. Com um preço médio de € 6 por maço de cigarros, o acesso é mais barato em comparação a outros países europeus, como a França. No entanto, o consumo de tabaco continua a resultar em cerca de 93 mil mortes por ano no país, de acordo com dados do Ministério da Saúde italiano.
As regulamentações de Milão visam não apenas melhorar a qualidade do ar, mas também servir de modelo para outras cidades, incentivando uma mudança cultural em relação ao tabagismo e seus efeitos prejudiciais.
As ações de Milão podem inspirar outras localidades a adotar medidas igualmente rigorosas contra o tabaco, na busca por ambientes urbanos mais saudáveis. O sucesso dessas políticas dependerá da adesão e do cumprimento das mesmas pelos cidadãos, além de uma fiscalização eficiente. Com o passar do tempo, é possível que mais cidades, não apenas na Itália, mas ao redor do mundo, sigam passos semelhantes, refletindo um compromisso global em reduzir os impactos nocivos do tabagismo à saúde pública e ao meio ambiente.