Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil.
Em um caso intrigante que tem chamado a atenção do público, a Justiça de Alagoas determinou o bloqueio de parte do prêmio da Mega-Sena ganho por uma dona de barraca em outubro de 2020. A quantia original, de impressionantes R$ 103 milhões, tornou-se alvo de uma disputa legal com seu ex-marido. Apesar de a decisão ter ocorrido em dezembro de 2023, apenas R$ 22,5 milhões foram rastreados em contas bancárias diferentes.
O ex-marido, anteriormente motorista de Kombi, ingressou com uma ação na Justiça solicitando R$ 66 milhões, quantia que ele considera ser sua parte legítima do prêmio, além de pedir indenização por danos morais e materiais. O casamento entre eles durou apenas nove meses, algo que intensifica a complexidade do caso, já que o relacionamento incluiu um noivado em agosto e um matrimônio em outubro de 2020.
Casamento relâmpago e a controvérsia da União Estável
O cerne da questão legal repousa na alegação do ex-marido de que o relacionamento antes do casamento constituía uma união estável. A lei brasileira prevê que a união estável, quando provada, se equipare ao casamento quanto à partilha de bens. No entanto, deve ser pública, duradoura e ter o propósito de formar uma família, condições essas que estão em debate no caso específico.
Apesar das afirmações do marido sobre uma possível convivência e intimidade, a mulher contesta veementemente essas alegações. Ela afirma ser evangélica e garante que não houve contato íntimo antes do casamento, tendo inclusive se casado rapidamente para evitar tais atos pré-matrimoniais, conforme os ensinamentos da sua fé.
Conta conjunta
Outro ponto de discórdia é a existência de uma conta bancária, que o homem afirma ser conjunta, enquanto documentos da Caixa Econômica Federal atestam que se trata de uma conta individual da mulher. O ex-marido ainda menciona que os números da loteria e o dinheiro usado foram dele, mas a mulher nega mais uma vez essas alegações.
Questões legais
Detalhes sobre o casamento, registrado sob regime de separação total de bens, bem como o fundamento da defesa do homem, complicam ainda mais o caso. A divorciada menciona que houve doações para o ex e para os filhos dele, mas defende que a separação ocorreu por conta de comportamentos desagradáveis do homem, em contraste com a defesa dele que sugere uma motivação por questões financeiras.
A situação está nas mãos do tribunal, que em breve decidirá se o prêmio da Mega-Sena deverá ser partilhado ou não. O futuro financeiro de ambos continua incerto, e quaisquer decisões poderão ser objeto de recurso. A complexidade emocional e legal deste caso levanta questões relevantes sobre a definição e as implicações de uniões não formalizadas no Brasil.