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O glitter, conhecido por sua capacidade de adicionar brilho a qualquer superfície, possui uma história rica e, por vezes, enigmática. Sua popularidade nos dias de hoje é inegável, presente em maquiagens, roupas e até mesmo em itens decorativos. No entanto, nos últimos anos, o glitter também se tornou o centro de várias teorias conspiratórias, especialmente após um artigo do “The New York Times” em 2018, que sugeriu usos secretos e industriais para o material brilhante.
Essa teoria ganhou ainda mais força com a divulgação em redes sociais, onde especulações sobre os misteriosos compradores de glitter e seus propósitos desconhecidos começaram a circular. O mistério cresceu quando uma fabricante americana se recusou a revelar quem eram seus maiores clientes, alimentando ainda mais as teorias sobre o uso do glitter. Mas, antes de explorar essas teorias, é essencial compreender o que realmente é o glitter e sua origem histórica.
O que é glitter e como é produzido?
O glitter é essencialmente composto de microplásticos revestidos com uma fina camada de alumínio, que lhe dá aquele brilho característico. As cores variadas que vemos resultam de processos químicos que adicionam pigmentos ao material durante a fabricação. Esses rolos são depois cortados em pedaços minúsculos por máquinas de alta precisão, dando origem aos glitters utilizados em diversos setores, desde cosméticos até aplicações industriais.
O processo varia conforme a aplicação. Por exemplo, o glitter resistente a produtos químicos é utilizado na produção de esmaltes, enquanto uma versão mais suave pode ser usada em maquiagens. Com preocupações ambientais crescendo, alternativas biodegradáveis feitas de celulose começaram a surgir, embora ainda não tenham substituído completamente o glitter tradicional.
Qual a relação do glitter com a bomba atômica?
A história do glitter remonta a uma época de inovação e conflito global. Na década de 1930, o imigrante alemão Henry W. Ruschmann desenvolveu uma máquina de corte de precisão que inicialmente era usada para filmes fotográficos. Durante a Segunda Guerra Mundial, essa tecnologia foi aproveitada pelo governo dos Estados Unidos para projetos militares, incluindo o Projeto Manhattan, que culminou na criação da bomba atômica. O glitter, na forma de partículas de mica, surgiu como um subproduto deste esforço bélico.
Utilizada inicialmente em contextos industriais e militares, a mica cortada por Ruschmann se transformou no glitter que hoje conhecemos, evoluindo para aplicações mais decorativas ao longo das décadas seguintes. A empresa de Ruschmann dominou o mercado até perder terreno para concorrentes mais modernas.
Quais são as teorias e mistérios por trás do glitter?
O mistério em torno do glitter ganhou força em 2018, quando a jornalista Caity Weaver visitou a fábrica da Glitterex. Durante a visita, foi informada de que uma área específica da fábrica não poderia ser exibida e que os maiores compradores de glitter exigiam anonimato. Isso gerou uma onda de especulações, variando de usos em tecnologias secretas a aplicações em intenções militares e até alimentícias.
A Internet rapidamente abraçou essas teorias, combinando a falta de transparência da indústria com imaginativas suposições sobre os “utensílios secretos” de glitter. Vários jornalistas tentaram investigar, mas sem respostas concretas da Glitterex, o mistério só aumentou.
A realidade por trás das teorias conspiratórias
Algumas das especulações, no entanto, têm uma base real. O ex-CEO da empresa de Ruschmann revelou colaborações com o governo para projetos que incluem desde antiradares militares até glitter holográfico em passaportes e cartões de crédito. Tais revelações, embora demonstrassem o alcance do glitter em aspectos de segurança, não eram exatamente secretas, já que parte dessas informações aparecia em contratos e tecnologias já conhecidas.
No entanto, muito sobre o uso do glitter permanece envolto em mistério, que só faz aumentar o fascínio e as teorias em torno deste brilhante material. Seja na indústria ou nas redes sociais, o glitter continua a provocar curiosidade, mostrando que além de seu brilho aparente, possui uma história rica de aplicações e segredos. Talvez, sua verdadeira mágica não esteja apenas no brilho refletido, mas também nas histórias intrigantes que desperta.