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A figura da primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, tem experimentado uma mudança significativa na percepção popular ao longo de 2024. De acordo com um estudo realizado pela Genial/Quaest, a opinião pública sobre Janja apresentou um declínio notável, refletindo-se em uma queda da avaliação positiva de 28% em dezembro de 2023 para 22% atualmente. Este decréscimo marca quase uma redução pela metade desde que seu esposo, Luiz Inácio Lula da Silva, reassumiu a presidência.
Contrapondo-se à redução na avaliação positiva, a percepção negativa sobre Janja aumentou, atingindo 28%, o que representa uma elevação em relação ao início do mandato, quando estava em 19%. Este aumento na desaprovação da primeira-dama acompanha uma tendência de polarização e maior escrutínio por parte da população brasileira.
Por que a imagem de Janja está em declínio?
Vários fatores podem ter contribuído para a mudança na percepção pública da primeira-dama. Em particular, a pesquisa destacou uma perda significativa de apoio no Nordeste, uma região crucial para o partido ao qual Janja e Lula estão associados. A popularidade dela nesta área caiu de 56% em fevereiro do ano anterior para impressionantes 29% nos dados mais recentes.
Outro segmento que mostrou um declínio na avaliação positiva foram os eleitores que apoiaram Lula no segundo turno da eleição presidencial. Essa queda de 30 pontos percentuais indica que mesmo entre os aliados tradicionais do PT, a imagem de Janja está enfrentando desafios significativos.
Quem são os críticos de Janja?
A pesquisa revelou que a avaliação negativa de Janja é mais acentuada entre eleitores de Jair Bolsonaro, onde 58% expressaram uma opinião desfavorável. Além disso, grupos com maior renda familiar, ensino superior, homens, evangélicos, e os residentes nas regiões Sul e Sudeste do Brasil também apresentaram maior insatisfação.
- Eleitores de Jair Bolsonaro: 58%
- Renda familiar acima de cinco salários mínimos: 39%
- Pessoas com ensino superior incompleto ou mais: 37%
- Homens: 34%
- Evangélicos: 34%
- Residentes no Sul e Sudeste: 33% e 32%, respectivamente
Como se compara a avaliação do governo Lula?
De forma interessante, a avaliação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva se mostra mais favorável quando comparada à de Janja. Enquanto 34% dos entrevistados veem o governo como regular, 33% têm uma avaliação positiva e 31% negativa. A aprovação do próprio presidente é maior, com 52% dos entrevistados mostrando-se favoráveis ao seu desempenho no cargo, em contraste com uma desaprovação de 47%.
Essa diferença sugere que, embora a primeira-dama e o presidente estejam ligados em termos políticos e pessoais, a percepção pública pode ser influenciada por ações ou atitudes específicas que são percebidas separadamente pela população.
Ponderações finais
O cenário político brasileiro continua a ser complexo e dinâmico, com mudanças na percepção pública ocorrendo rapidamente. A situação de Janja, conforme exemplificada pela pesquisa Genial/Quaest, ilustra bem como figuras públicas podem experimentar oscilações na sua popularidade, impactadas por uma variedade de fatores sociais e políticos. Esse panorama destaca a importância das relações públicas e do engajamento constante com diversas camadas da sociedade.