Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil.
Na quinta-feira, 5 de outubro de 2023, a Polícia Federal (PF) retomou investigações em um depoimento envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações giram em torno de uma suposta conspiração para eliminar figuras políticas brasileiras importantes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). A presença de Mauro Cid nessa investigação destaca-se devido aos indiciamentos que o colocam entre os 37 investigados pela PF por possível envolvimento em suposta tentativa de golpe de Estado.
A ação da polícia surgiu após declarações do advogado de Cid, Cezar Bittencourt, que afirmou na mídia nacional que Bolsonaro teria conhecimento da conspiração. Entretanto, Bittencourt posteriormente retratou sua declaração, clarificando sua posição ao dizer que o presidente à época tinha apenas algum conhecimento do desenvolvimento da situação, mas não de um “plano de morte” específico. Este contraste levou a PF a buscar novas declarações de Mauro Cid sobre o assunto.
Qual foi o papel de Mauro Cid nas investigações?
Mauro Cid foi novamente interrogado para esclarecer as discrepâncias causadas por seu advogado. Durante seu depoimento à PF, Cid reafirmou sua falta de conhecimento sobre qualquer plano de homicídio dirigido a líderes políticos, contradizendo as alegações iniciais de Bittencourt. O depoimento durou cerca de duas horas e ao seu término, Cid se absteve de qualquer declaração à imprensa. Este episódio é parte de um processo investigativo maior que questiona a integridade e a legitimidade do plano político na reta final do governo Bolsonaro.
Como se deu a participação do Tenente-Coronel Mauro Cid?
O longo histórico de investigações envolvendo Mauro Cid inclui pelo menos 11 depoimentos prestados até o momento. Embora Cid já tenha sido preso, ele foi solto após negociar um acordo de delação premiada, continuando a colaborar com as investigações em curso. No depoimento, Cid sustentou não ter conhecimento de um suposto golpe de Estado, ecoando declarações precedentes sob o ministro Alexandre de Moraes.
O que diz a delação premiada do tenente-coronel?
A delação premiada de Mauro Cid é um componente crucial da investigação baseada em alegações de conspiração política durante o governo Bolsonaro. A PF enviou seu relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá a responsabilidade de determinar se cabe apresentar denúncias formais com base nas evidências coletadas até agora.
- Cid é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito de 2022.
- Algumas figuras envolvidas na investigação ainda não prestaram depoimento formal.
- A PGR deve analisar as acusações antes de decidir por uma potencial denúncia.
O caso ainda está em andamento, aguardando novos desdobramentos com potencial impacto no cenário político brasileiro. Os próximos passos envolverão a decisão da PGR sobre a viabilidade de proceder judicialmente com base nas evidências presentes nos depoimentos e relatórios já coletados.