A Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou a distribuição de US$ 50 milhões (R$ 294 milhões) do fundo de legado da Copa do Mundo do Catar 2022 entre diversas organizações globais. O montante será dividido entre a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) com o propósito de apoiar programas sociais ao redor do mundo.
A decisão de destinar esses recursos vem na esteira de críticas à FIFA e ao Catar por questões relativas aos direitos dos trabalhadores durante o torneio. A iniciativa visa mitigar alguns desses problemas por meio de colaborações com organizações internacionais, abordando questões como mudanças climáticas, inclusão econômica e assistência a refugiados.
Quais são as iniciativas apoiadas pelo fundo de legado?
A OMS utilizará parte dos fundos para sua iniciativa Beat the Heat, projetada para proteger trabalhadores em regiões sujeitas ao calor extremo, uma questão relevante em face das mudanças climáticas globais. O projeto visa minimizar os riscos de saúde associados ao trabalho em condições de temperatura elevada.
Já a parceria com a OMC focará no Fundo de Mulheres Exportadoras na Economia Digital. Este programa cogita ampliar o acesso das mulheres a oportunidades no comércio internacional e na economia digital, proporcionando maior equidade e inclusão em setores predominantemente masculinos.
O ACNUR utilizará os recursos para ajudar pessoas deslocadas nas regiões do Oriente Médio e do Norte da África, oferecendo suporte a populações afetadas por conflitos e outras crises humanitárias.
Como a FIFA está promovendo o desenvolvimento de talentos?
Além das colaborações mencionadas, o fundo de legado inclui uma iniciativa conjunta entre a Aspire Academy e o Programa de Desenvolvimento de Talentos da FIFA, liderado pelo renomado técnico francês Arséne Wenger. Essa parceria visa identificar e nutrir jovens talentos do futebol ao redor do mundo, oferecendo apoio e recursos para o desenvolvimento de suas habilidades.
O que a Anistia Internacional diz sobre o fundo de legado?
A Anistia Internacional expressou críticas ao anúncio, destacando o tratamento dos trabalhadores migrantes durante a preparação para o torneio. Segundo a organização, apesar do fundo, é necessário um reconhecimento mais claro da responsabilidade da FIFA e do Catar pelos abusos sofridos por numerosos trabalhadores migrantes durante o evento.
Steve Cockburn, da Anistia Internacional, ressaltou que o fundo de legado, embora positivo, não pode ser a única resposta às violações dos direitos trabalhistas. Ele chamou a atenção para a necessidade de reparações significativas aos trabalhadores cujos direitos foram comprometidos na realização do evento esportivo.
Qual é o próximo passo para a FIFA após o fundo de legado?
Com a implementação dos projetos financiados, a FIFA terá a oportunidade de mostrar um compromisso renovado com causas sociais importantes globalmente. Observadores esperam que a entidade esportiva continue ampliando suas responsabilidades sociais, buscando ativamente mitigar impactos negativos em eventos futuros e promover práticas mais justas dentro do futebol internacional.