Créditos: depositphotos.com / joasouza.
Um dos assuntos mais comentados no setor financeiro brasileiro recentemente é a acusação direcionada a Alexsandro Broedel Lopes, ex-diretor financeiro do Itaú Unibanco. O banco alega que Broedel violou o Código de Ética ao ser associado a uma empresa que fornecia pareceres à instituição bancária em que ele era sócio. Essa situação acendeu um alerta pela magnitude dos valores envolvidos e as implicações éticas associadas.
Em ação judicial, o Itaú Unibanco apontou 23 transferências bancárias realizadas entre 2019 e 2024, totalizando R$ 4,860 milhões, que podem ter sido encaminhadas a Broedel. O banco busca proteger-se financeiramente ao entrar com processo na Justiça, vislumbrando uma ação civil de reparação de danos para recuperar os valores potencialmente desviados.
Quais são as acusações contra Broedel?
Segundo o posicionamento do Itaú Unibanco, Broedel está envolvido em um conflito de interesses ao aprovar contratações no valor de R$ 13,255 milhões para uma empresa ligada a ele. As acusações surgiram em um contexto onde se descobriu que Broedel, juntamente com Eliseu Martins, mantinha negócios que não foram reportados ao controle interno do banco. Tais negócios podem ter resultado em transferências financeiras suspeitas levantadas durante auditorias internas.
Ademais, o processo aponta que, desde janeiro de 2019, a empresa Care, ligada a Eliseu Martins, e a Evam, pertencente aos filhos de Martins, fizeram dezenas de transferências a Broedel e sua consultoria, corroborando a hipótese de irregularidades nos pagamentos realizados pelo Itaú à Care.
Como reagiram os envolvidos?
Apesar das graves acusações, a defesa de Broedel manifesta que estas são infundadas, prometendo tomar medidas judiciais apropriadas. Eliseu Martins, parceiro de Broedel em várias frentes profissionais, também se mostrou surpreso e indignado com as alegações. Em comunicado, Martins destacou seu histórico de colaboração com o Itaú, notando a satisfação do banco ao longo das décadas de serviços prestados.
Martins reafirmou que, embora os serviços fossem formalizados informalmente, eles foram entregues conforme contratado, e ele próprio solicitou a devolução de pagamentos relativos a pareceres não emitidos.
Futuro da ação judicial
O processo judicial movido pelo Itaú está em andamento, e o banco notificou o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o ocorrido, assegurando se tratar de uma ocorrência isolada. Os próximos passos serão cruciais para definir se as alegações contra Broedel se sustentam. Enquanto isso, o impacto na reputação do banco e dos envolvidos permanece incerto.
Esse incidente ressoa como um lembrete sobre a importância de manter a ética nos negócios, principalmente em instituições de grande porte e influentes. A conclusão deste caso poderá servir como um exemplo de como entidades reguladoras lidam com possível má conduta no setor financeiro.