Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.
Em um movimento inovador rumo à sustentabilidade, duas estudantes baianas desenvolveram um canudo comestível, utilizando amido de milho, gelatina e frutas como ingredientes principais. Este novo produto tem como objetivo substituir os canudos de plástico, que são conhecidos por causarem impacto ambiental significativo. As criadoras, Ana Clara Santana e Ana Clara Santos, ambas alunas de uma escola estadual no sul da Bahia, trazem uma alternativa interessante com três sabores distintos, que pode até mesmo servir como sobremesa.
As jovens cientistas têm 17 e 18 anos e estudam no Centro Territorial de Educação Profissional do Médio Rio das Contas (Cetep). O curso de Agroindústria, onde estão matriculadas, incitou seu interesse pelas pesquisas em beneficiamento de matérias-primas. O projeto do canudo comestível não foi a primeira iniciativa das estudantes; elas já possuem um histórico de projetos de pesquisa e desenvolvimento, acumulados desde o primeiro ano do ensino médio.
Como surgiu a ideia dos canudos comestíveis?
A origem do projeto remonta a dezembro de 2023, momento em que as estudantes perceberam a quantidade de canudos plásticos descartados diariamente por seus colegas. Esta observação serviu como motivação principal para criar uma alternativa sustentável. Em abril de 2024, após várias etapas de testes e ajustes, o produto começou a ser produzido, incorporando o feedback obtido durante as experiências sensoriais que realizaram.
Jovens baianas desenvolvem canudo comestível para reduzir impactos ambientais — Foto: Arquivo Pessoal
Quais são as características do canudo comestível?
- Tempo de uso: Pode ser utilizado em bebidas geladas por até duas horas.
- Sabores disponíveis: Morango, uva e laranja.
- Conservação: Na geladeira, o canudo mantém-se conservado de 7 a 8 dias.
- Versatilidade: Disponível em diversas espessuras e tamanhos.
- Consumível: Pode ser consumido ao final das refeições.
Qual é o impacto ambiental de alternativas como esta?
A criação dos canudos comestíveis é um passo importante na luta contra a poluição plástica, mas ainda é apenas uma parte da solução. Segundo Gustavo Stahelin, biólogo e pesquisador do projeto Tamar, o descarte inadequado de materiais poluentes continua a ameaçar severamente a vida marinha. De acordo com a ONU, mais de 12 milhões de toneladas de resíduos plásticos acabam nos oceanos anualmente, criando verdadeiros “oceanos de plástico”.
Qual é o futuro desse projeto inovador?
A ambição das jovens criadoras não termina com o sucesso inicial do projeto. Elas planejam introduzir o sabor chocolate aos canudos, além de desenvolver embalagens que atraiam mais consumidores. A meta é não apenas reduzir o uso de plásticos, mas também encantar o público, incentivando o consumo consciente e responsável.
Iniciativas como estas destacam a importância de soluções criativas para problemas ambientais globais. Embora um único projeto não resolva todos os desafios ambientais, cada passo na direção certa ajuda a construir um futuro mais sustentável para o nosso planeta. As “Claras”, como são carinhosamente chamadas, representam um exemplo de como a educação e a inovação podem andar lado a lado para promover mudanças significativas.