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A alopecia androgênica, mais comumente conhecida como calvície, é caracterizada pela perda progressiva dos cabelos na região do couro cabeludo. Este fenômeno não é considerado uma doença, mas sim uma condição genética que afeta cerca de 50% dos homens e 10% das mulheres aos 50 anos. Os tratamentos para essa condição, como as soluções tópicas contendo minoxidil, estão amplamente disponíveis nas farmácias e costumam ser procurados para retardar o processo de calvície.
Apesar de sua popularidade, essas loções muitas vezes não proporcionam os resultados desejados. Recentemente, surgiram novas preocupações sobre potenciais efeitos colaterais associados ao uso de minoxidil em recém-nascidos, crianças cujos pais utilizam estas soluções. Essa situação atraiu a atenção de pesquisadores e profissionais de saúde, que agora investigam as causas e possíveis consequências dessa exposição.
Minoxidil e hipertricose em lactentes
O Centro de Farmacovigilância de Navarra, na Espanha, relatou casos de hipertricose em bebês cujos pais faziam uso de minoxidil. Hipertricose, também conhecida como síndrome do lobisomem, é uma condição que provoca o crescimento excessivo de pelos no corpo. Em crianças pequenas, há risco de complicações adicionais no coração e rins.
A descoberta veio à tona após o relato de um lactente que apresentou crescimento anormal de pelos nas costas e pernas. Após investigação, constatou-se que o pai utilizava uma loção tópica de minoxidil enquanto passava bastante tempo em contato próximo com a criança. Ao interromper o uso do medicamento, os sintomas do bebê desapareceram, levantando preocupações sobre o modo de transmissão dessa substância.
Como o Minoxidil é transmitido para os bebês?
Embora o mecanismo exato de transmissão não esteja totalmente esclarecido, duas hipóteses são consideradas. A primeira sugere que o contato pele a pele pode ser responsável, dado que a pele dos bebês é mais fina e permeável. Alternativamente, a exposição oral pode ocorrer, já que crianças pequenas frequentemente colocam a pele dos pais na boca, especialmente em áreas onde o medicamento foi aplicado.
Essas descobertas levaram a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) a atualizar as informações contidas nas bulas das loções contendo minoxidil. As novas diretrizes recomendam evitar o contato dos lactentes com áreas tratadas com o medicamento e reforçam a necessidade de se lavar bem as mãos após sua aplicação.
História e descobertas relacionadas ao Minoxidil
Originalmente desenvolvido como um vasodilatador para tratar hipertensão, o crescimento de cabelos foi identificado como um efeito colateral do minoxidil. Aproveitando esse efeito, o medicamento começou a ser utilizado topicamente para tratar a calvície. A eficácia do tratamento depende do uso contínuo; a interrupção resulta na perda dos cabelos recuperados.
Casos anteriores de exposição involuntária a Minoxidil
Um caso notável ocorreu na Espanha em 2019, quando cerca de 20 bebês desenvolveram hipertricose após a exposição involuntária ao minoxidil. Na ocasião, lotes do medicamento foram erroneamente rotulados como omeprazol e usados em xaropes contra refluxo para lactentes. Esses eventos destacam a importância da vigilância e do controle rigoroso no manuseio e prescrição de medicamentos sensíveis.
A análise cuidadosa desses casos trouxe um entendimento mais profundo sobre os riscos e a utilização responsável do minoxidil, principalmente em domicílios com crianças pequenas.