Foto: Reprodução/redes sociais.
No início de 2022, Weslley Waila foi diagnosticado com câncer na vesícula biliar, dando início a uma jornada intensa de luta e resiliência. Acompanhado de perto por sua esposa Alice Deleon e sua filha Duda, que na época tinha apenas sete anos e é diagnosticada com autismo, Weslley enfrentou diversos procedimentos médicos. A família vivia em cidades diferentes, com a mãe e a filha residindo em Rio Grande, enquanto Weslley realizava seu tratamento em Porto Alegre.
Durante dois anos, a luta contra a doença incluiu cirurgias, radioterapia e quimioterapia. No entanto, quando estas opções se exauriram, o foco se voltou para os cuidados paliativos. Esta abordagem, focada na qualidade de vida do paciente e no alívio do sofrimento, tornou-se essencial para a família, possibilitando momentos significativos de amor e compreensão.
Como os cuidados paliativos ajudam as famílias?
Os cuidados paliativos são fundamentais em situações onde o tratamento curativo já não é mais eficaz. Eles proporcionam aos pacientes e suas famílias um suporte integral, que vai além das necessidades físicas e abarca aspectos emocionais, sociais e espirituais. Alice e Weslley encontraram nisso o espaço necessário para transcender a dor física diante da proximidade do fim.
A despedida de Weslley foi marcada por um momento especial em que o hospital permitiu que Duda, até então só conectada ao pai por videochamadas, pudesse visitá-lo. A oportunidade trouxe compreensão e serenidade à menina, que pôde vivenciar e entender o estado do pai de maneira concreta e amorosa.
Quais os desafios de explicar uma doença para uma criança autista?
Explicar uma condição complexa como o câncer a uma criança, especialmente a uma com transtorno do espectro autista, requer sensibilidade. É preciso utilizar uma linguagem adequada ao nível de compreensão da criança, esclarecer o que está acontecendo sem assustá-la ou sobrecarregá-la emocionalmente. Alice desempenhou um papel crucial ao comunicar a Duda a gravidade da situação, preparando-a para a inevitável despedida.
O dia da despedida, registrado em vídeo e amplamente compartilhado nas redes sociais, tornou-se uma representação do poder do amor e do vínculo familiar. Apesar da tristeza, permitiu que Weslley e Duda compartilhassem um último momento significativo, oferecendo a todos os envolvidos uma lembrança duradoura e pacífica.
🥺 Despedida de menina autista do pai com câncer viraliza
— Metrópoles (@Metropoles) December 21, 2024
Diagnosticada com autismo, menina Duda passou o dia no hospital com o pai com câncer uma semana antes de ele falecer
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Como enfrentar a perda e o luto?
O falecimento de Weslley foi um marco doloroso para Alice e Duda, influenciando significativamente as suas vidas. O suporte emocional e a memória dos momentos passados juntos se tornaram pilares fundamentais para as duas enfrentarem o luto. Alice destacou que, embora o sofrimento fosse visível, Weslley encontrou paz ao aceitar a sua condição e ao preparar a família para seguir em frente.
O luto, exacerbado pelas festividades de fim de ano, trouxe desafios adicionais à família. No entanto, a fortalecimento proporcionado pelos cuidados paliativos permitiu que Alice e Duda, apesar da dor da perda, reconhecessem a importância de cada instante partilhado com Weslley, preservando seu legado de amor e coragem.