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Bashar al-Assad é um nome que ressoa profundamente no contexto político do Oriente Médio. No entanto, até os 29 anos, ele não tinha planos de fazer parte desse intricado cenário. Nascido em uma família de destaque político na Síria, ele inicialmente seguiu um caminho bem diferente ao optar pela medicina. Aluno brilhante, Bashar escolheu a Universidade de Damasco para buscar seu diploma, honrando um sonho incompleto de seu pai, Hafez, que desejou estudar medicina mas não pôde por motivos financeiros.
Enquanto Bashar se dedicava ao campo da saúde, seu pai, Hafez al-Assad, solidificava seu legado político. Com raízes profundas no partido Ba’ath, Hafez se destacou no cenário nacional e eventualmente liderou a Síria através de décadas de mudanças e conflitos internos. Sua trajetória foi marcada por golpes e exílios desafiadores, o que apenas reforça como ele moldou a identidade política do país durante a segunda metade do século XX.
Como Bashar al-Assad chegou ao poder?
O destino político de Bashar foi marcado por um evento trágico. Em 1994, a morte de seu irmão Bassel al-Assad, o até então designado sucessor de Hafez, levou Bashar de volta à Síria. Bassel era reconhecido e preparado para suceder seu pai, recebendo treinamento militar e sendo cultivado como a figura de liderança do regime Alawita. Com a sua morte repentina, Bashar foi repentinamente retirado da sua carreira médica e incumbido de se preparar para um futuro político.
A transição de Bashar para o cenário político foi rápida. Em pouco tempo, ele ascendeu nas fileiras militares a posições de significativa autoridade, enquanto recebia treinamento político. O declínio da saúde de Hafez acelerou o processo, e Bashar logo se viu tomando as rédeas do comando após a morte de seu pai em 2000. Essa transição não foi apenas simbólica, mas oficial—com uma mudança constitucional que permitiu sua ascensão à presidência.
A família Assad em 1992. Primeira fila: Hafez al-Assad e sua esposa, Anisa Makhlouf. Atrás da esquerda para a direita: Maher, Bashar, Basil, Majid, e Bushra Assad.
Quem foram os influentes na formação de Bashar?
Buscar entender a formação de Bashar al-Assad é essencial para compreender sua liderança na Síria. Criado em uma família alauíta influente, sua educação foi marcada pelo equilíbrio entre cumprimento de deveres familiares e aspirações pessoais. Embora seu interesse inicial estivesse distante do poder, os eventos ao seu redor inevitavelmente o moldaram. A influência de Hafez al-Assad foi crucial, não apenas nos aspectos políticos mas também na criação de uma imagem estável para o regime.
O apoio familiar não pode ser subestimado na trajetória de Bashar. Perguntando-se sobre como esse suporte se manifestou em sua liderança, observamos o papel que figuras familiares desempenharam em sua administração e na sustentação do poder ao longo dos anos, garantindo que uma transição de liderança dentro da mesma dinastia fosse recebida como algo natural para muitos sírios.
Impacto da liderança de Bashar al-Assad na Síria
Bashar al-Assad assumiu um cenário político sírio carregado de expectativas e desafios. Ainda que inicialmente tivesse posturas consideradas reformistas durante a “Primavera de Damasco”, o curso dos eventos acabaria por desmentir qualquer rumo no sentido de liberalização. Aclamado brevemente por soltar prisioneiros políticos e reduzir a censura, rapidamente revertia essas aberturas para reafirmar o poder do regime.
As tensões culminaram na violenta guerra civil que eclodiu em 2011. Esse conflito interno, marcado por duríssima repressão e confrontos constantes, teve impacto devastador não só sobre a população, mas também sobre a infraestrutura do país. O legado de Bashar é frequentemente comparado ao de seu pai, especialmente em termos de estratégias de controle implementadas por ambos.
Futuro da Síria sob a Dinastia Assad
A história ainda está se desenrolando para Bashar al-Assad e a Síria. Embora o regime tenha se mantido em meio a conflitos, a indagação sobre o futuro do país e sua liderança persiste. Como será que a influência contínua da família Assad moldará a Síria nos anos vindouros? Essa é uma das grandes questões que permanecem em aberto, enquanto o mundo observa as transições do Oriente Médio.